O Conselho Popular de Reforma Democrática, a plataforma dos protestos antigovernamentais na Tailândia, pediu nesta terça-feira (17/12) à Comissão Eleitoral que atrase as eleições convocadas para 2 de fevereiro de 2014.
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Os manifestantes se reuniram com representantes da Comissão Eleitoral antes do meio-dia e entregaram uma carta aberta que solicitava o adiamento das eleições, informa o jornal local The Nation.
Agência Efe
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Mais cedo, o principal líder das manifestações, Suthep Thaugsuban, secretário-geral do Conselho, foi acusado do crime de lesa-majestade, pelo qual pode ser punido com pena de até 15 anos de prisão. Segundo o autor da denúncia, Suchart Sainam, membro do governista Puea Thai (Partido dos Tailandeses), Thaugsuban difamou a Casa Real ao pedir o boicote das eleições antecipadas, que foram sancionadas pelo rei Bhumibol Adulyadej.
O objetivo de Thaugsuban é que, antes de os tailandeses se dirigirem às urnas, o sistema político passe por uma reforma para acabar com a corrupção e o nepotismo, e “erradicar para sempre” o que ele chama de “regime de Thaksin”.
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Thaksin Shinawatra, irmão da atual primeira-ministra, Yingluck, governou a Tailândia desde 2001 até 2006, até ser deposto por um golpe militar.
A principal formação política da oposição, o Partido Democrata, decidirá nesta terça se participa das eleições ou se fará um boicote. Na segunda-feira (16) eles reelegeram na o chefe Abhisit Vejjajiva, primeiro-ministro entre 2008 e 2011.
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Thaugsuban foi vice-primeiro-ministro de Abhisit e vice-primeiro-ministro do Partido Democrata entre 2008 e 2011. Ele deixou sua cadeira parlamentar e o grupo em novembro para liderar as manifestações. Desde sua chegada, elas ganharam intensidade.
As manifestações começaram em 25 de novembro, com a ocupação de prédios ministeriais. Eles pediam, inicialmente, que o governo não passasse uma lei de anistia que poderia beneficiar Thaksin, exilado em Dubai. Com o tempo, pediram a dissolução do governo. A pressão nas ruas deu certo e fez com que a primeira-ministra anunciasse em 9 de dezembro a dissolução do Parlamento e a convocação das eleições antecipadas.
Pelo menos 40 governos, entre eles os dos Estados Unidos, China e Rússia, além da União Europeia, expressaram apoio ao pleito.
Acusação
Além do pedido de prisão em razão do boicote, Thaugsuban também foi considerado passível de punição após ter pedido a renúncia de Yingluck Shinawatra e pela exigência que fosse estabelecido um conselho não eleito que reforme o sistema político antes de haver eleição.
Sobre o líder dos protestos pesam duas ordens de prisão por destruição de propriedade pública, emitidos em 28 de novembro, e por sedição, em 2 de dezembro.
O Puea Thai requereu ao Tribunal Constitucional que dissolva o Partido Democrata porque alguns dos membros de seu comitê central apoiaram e participaram das manifestações que pedem o boicote das eleições.
Outra equipe de advogados solicitou à Comissão Eleitoral que cheque o estado atual do vinculo do Partido Democrata com Suthep.
A mobilização em Bangcoc continua, mas com menos popularidade.