Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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Manuel Zelaya, presidente deposto de Honduras, partiu de Manágua manejando uma camioneta branca. Ao seu lado, estavam o chanceler venezuelano, Nicolas Maduro e o ex-guerrilheiro sandinista Eden Pastora, conhecido como “Comandante Zero”. Liderada pelos três, a caravana que acompanha Zelaya saiu rumo à fronteira, após Mel conceder uma coletiva de imprensa na embaixada de Honduras na capital nicaragüense, ontem (23). 



Zelaya e Maduro param para abastecer em Estelí – Mario López/EFE (23/07/2009)

Durante a entrevista, o presidente deposto repetiu o que havia afirmado quarta-feira (22), que seu dever é o de regressar a Honduras. Quanto às Forças Armadas, que o esperarão na fronteira, Zelaya disse que a esperança é que “baixem as armas frente ao direito de se restabelecer a ordem democrática”.

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“Faço um chamado às Forças Armadas para que não se manchem de sangue, principalmente como o do presidente da República”.

Ontem, o governo golpista de Roberto Micheletti antecipou a hora do toque de recolher na fronteira com a Nicarágua: das 18h (21h, Brasília) às 6h (9h), ao contrário do resto do país, que deve permanecer fora das ruas da meia-noite às 4h30 (3h às 7h30). 

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Comandante Zero

O ex-guerrilheiro Comandante Zero tomou a palavra durante a coletiva: “Nós, revolucionários, baixamos as armas. Zelaya faz uma revolução pacífica, democrática e sem armamento. Eu quero acompanhar o presidente até onde possa, fisicamente, até a fronteira, como revolucionário, como centro-americano e como sandinista”.

Pastora, um dos líderes da FSLN (Frente Sandinista de Libertação Nacional), é conhecido pela tomada do Congresso nicaragüense em outubro de 1978, durante a ditadura de Anastasio Somoza Debayle, que posteriormente foi derrubada pela FSLN em 1979.

“Comandante Zero se disponibilizou voluntariamente e representa a eleição das urnas em lugar das armas”, afirmou o presidente deposto. 

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A marcha chegou na noite de ontem à cidade de Estelí, a 160 quilômetros de Manágua, metade do caminho até a fronteira. No percurso, no vilarejo de Valle de Sebaco, centenas de pessoas receberam Zelaya nas ruas com bandeiras da FSLN, cantando canções revolucionárias, com o céu colorido com fogos de artifício.

Hoje (24) a caravana chegará à cidade fronteiriça de Somoto, e deve entrar em Honduras amanhã (25), acompanhada de simpatizantes que chegam de todas as partes.

“Viemos pacificamente e sem armas para a reconciliação do povo de Honduras e não estamos dispostos a renunciar ao nosso direito de resistir à opressão reacionária e fascista dos golpistas. Estamos dispostos a enfrentar os fuzis e as baionetas dos militares, para que baixem a guarda”, concluiu Mel antes de partir. 

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