Atualizada às 10h45
O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (18/07) que a catástrofe do avião malaio que caiu ontem no leste da Ucrânia, que foi supostamente atingido por um míssil, requer uma investigação “exaustiva e objetiva”. Segundo o Kremlin, o presidente afirmou que o incidente revela a necessidade de uma solução pacífica e rápida para o conflito no leste da Ucrânia.
“O chefe de Estado russo ressaltou que a tragédia ocorrida demonstra mais uma vez a necessidade para que se chegue, o mais rápido possível, a uma solução pacífica da grave crise na Ucrânia, e destacou que é necessária uma investigação exaustiva e objetiva sobre as circunstâncias da catástrofe”, informou o Kremlin em comunicado.
Agência Efe
Coluna de fumaça gerada após a queda do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia.
Putin também expressou suas condolências ao primeiro-ministro da Holanda, já que a maior parte dos quase 300 passageiros do avião da Malaysia Airlines que fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur era holandesa. Segundo os serviços de inteligência dos Estados Unidos, o avião da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil terra-ar, mas não pôde especificar quem foi responsável pelo disparo.
“É indiscutível que o Estado, sobre cujo território isto aconteceu, é responsável por esta tragédia terrível”, afirmou o presidente russo durante uma conferência dedicada a questões econômicas e encarregou o governo de seu país a trabalhar objetivamente para apurar a catástrofe.
As autoridades de Kiev e os manifestantes pró-russos trocaram acusações sobre quem derrubou o avião, em pleno conflito armado no leste da Ucrânia. A companhia aérea informou que 298 pessoas estavam a bordo do avião, 283 passageiros e 15 tripulantes.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, negou nesta sexta-feira o envolvimento de seu país na suposta queda do avião malaio Boeing-777 na região de Donetsk (leste da Ucrânia). “No que se refere às declarações que se ouvem de Kiev acerca de que praticamente nós o fizemos [derrubar o avião], é preciso dizer que quase não escutei declarações verazes desde Kiev nos últimos meses”, disse em tom irônico Lavrov em entrevista ao canal russo Rússia-24.
O Ministério da Defesa russo afirmou na quinta-feira que o sistema de defesa aérea do país não foi acionado ontem e que nenhum avião militar russo sobrevoou a região fronteiriça com a Ucrânia. “No dia 17 de julho, o sistema de defesa aérea da Federação Russa na área não foi ativado. A Força Aérea russa não tinha voos planejados na região russa perto da região de Donetsk”, informou o Ministério em um comunicado.
Caixa preta
Lavrov ainda afirmou que a Rússia não vai ficar com as caixas-pretas procedentes do Boeing 777. “Queremos que os especialistas internacionais cheguem o mais rápido possível ao local da catástrofe para que recebam em seguida as caixas-pretas. Apesar do que diz Kiev, nós não vamos levar essas caixas, não temos intenção de violar as normas internacionais que se aplicam nestas situações”, disse o ministro russo.
O chefe da Chancelaria russa destacou que a investigação “é um assunto da Organização Internacional de Aviação Civil (Icao, na sigla em inglês), dos países que têm uma relação mais direta com esta tragédia (Holanda e Malásia), daqueles Estados cujos cidadãos estavam a bordo, e certamente, da Ucrânia”.
(*) Com informações de agências de notícias