Sexta-feira, 18 de abril de 2025
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O presidente de Cuba, Raúl Castro, afirmou nesta quarta-feira (25/01) que buscará continuar a normalização das relações com os Estados Unidos com o governo do republicano Donald Trump, mas que não fará concessões que afetem a soberania cubana, em referência às declarações do presidente norte-americano sobre revogar a reaproximação estabelecida no governo de Barack Obama. 

“Cuba e Estados Unidos podem cooperar e conviver civilizadamente, respeitando as diferenças e promovendo tudo aquilo que beneficie ambos os países e povos”, declarou Raúl em discurso na 5ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) nesta quarta-feira, na República Dominicana. “Mas não se deve esperar que para isso Cuba realize concessões inerentes a sua soberania e independência.”

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Em dezembro de 2014, os governos do ex-presidente Obama e de Raúl Castro restabeleceram as relações diplomáticas entre Cuba e EUA, abriram embaixadas nas respectivas capitais e retomaram os voos comerciais diretos entre os dois países. No entanto, o democrata não conseguiu apoio suficiente no Congresso para derrubar o bloqueio econômico imposto à ilha.

Apesar de ter apoiado a retomada das relações entre Cuba e EUA durante as primárias de seu partido no começo de 2016, Trump depois afirmou que revogaria as medidas executivas de Barack Obama que promoveram a reaproximação, “a não ser que o regime dos Castro” restaurasse “as liberdades na ilha”.

Agência Efe

Raúl Castro: “Cuba não fará concessões inerentes à sua independência e soberania”

“Seria desejável que o novo governo dos Estados Unidos opte pelo respeito à região, ainda que seja preocupante que tenha declarado intenções que colocam em risco nossos interesses nas esferas de comércio, emprego, migração e meio ambiente”, disse Raúl. 

Para fazer frente a isso, é “imprescindível” fortalecer a Celac, afirmou o cubano. “Um retorno do neoliberalismo aumentaria a pobreza e o desemprego, agravando assim as condições sociais em América Latina e Caribe”, acrescentou.

Durante cúpula da Celac, presidente cubano pediu cooperação e respeito às diferenças entre os dois países e alertou para volta do neoliberalismo na região; Trump ameaçou revogar reaproximação

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O presidente cubano também reiterou seu rechaço ao “golpe de Estado parlamentar-judicial perpetrado no Brasil contra a presidenta Dilma Rousseff” e expressou sua solidariedade à ex-mandatária e ao ex-presidente Lula.

Cúpula da Celac declara apoio a diálogo entre oposição e governo na Venezuela

A 5ª Cúpula da Celac, que ocorreu durante três dias em Punta Cana, na República Dominicana, terminou nesta quarta-feira, com um documento assinado pelos governantes e representantes dos 33 países-membros desse organismo, que declara o apoio ao diálogo entre oposição e governo na Venezuela e um pedido para que os EUA revertam as medidas adotadas contra o governo de Nicolás Maduro.

A reunião contou com a presença dos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; do Equador, Rafael Correa; da Bolívia, Evo Morales; de Cuba, Raúl Castro; da Nicarágua, Daniel Ortega; de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, que assumiu a presidência pró-tempore da Celac; e da República Dominicana, Danilo Medina, além de outros líderes caribenhos.

O presidente do Brasil, Michel Temer, não participou da reunião da Celac, assim como Mauricio Macri (Argentina), Pedro Pablo Kuczynski (Peru), Tabaré Vázquez (Uruguai), Horacio Cartes (Paraguai), Michelle Bachelet (Chile), Juan Manuel Santos (Colômbia), Enrique Peña Nieto (México), Juan Carlos Varela (Panamá), Luis Guillermo Solís (Costa Rica),Jimmy Morales (Guatemala) e Juan Orlando Hernández (Honduras).