Empresas de construção civil de Porto Velho absorveram parte dos quase 130 refugiados haitianos que imigraram para Rondônia, informou o Portal Amazônia nesta quarta-feira (16/03). O grupo começou a trabalhar nas obras das usinas de Santo Antônio e de Jirau, ambas no Rio Madeira, e deve permanecer no Brasil, já que seus integrantes são considerados refugiados pelo Brasil.
Apesar da aceitação por diversas firmas, o governo do Estado está preocupado com o que pode acontecer quando o mercado estiver saturado, o que deverá ocorrer até o fim do ano.
No último dia 5, um grupo de haitianos chegou às vilas de Mutum Paraná e Jaci-Paraná, próximas às duas usinas hidrelétricas. Os refugiados entraram no Brasil pelo Acre.
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No dia seguinte à chegada, os haitianos foram transferidos para a capital rondoniense e abrigados em um ginásio de esportes. “Fizemos uma estratégia para recebê-los e tentar encaminhá-los para o mercado de trabalho”, disse a secretária de Assistência Social do governo de Rondônia, Cláudia Moura. “Hoje, temos 54 sem emprego, enquanto que outros 47 estão em empresas que prestam serviços para o consórcio que constrói Santo Antônio e Jirau”.
Alguns imigrantes tem formação superior, mas a maioria é de ajudantes de obra, eletricistas, pintores e cabeleireiras, profissão de muitas das sete mulheres do grupo. Eles saíram de Limbé, a segunda maior cidade do Haiti, e foram depois para a República Dominicana, depois para o Equador, Peru, até chegar ao Brasil.
O governo de Rondônia não encontrou dificuldades para convencer as empresas locais a empregarem os haitianos, mas acredita que a situação poderá piorar nos próximos meses. “Vamos encontrar dificuldades”, prevê Cláudia Moura. A secretária teme que não apenas os imigrantes, mas outros trabalhadores possam ficar sem emprego com a conclusão de algumas etapas de Santo Antônio e de Jirau. Para tentar resolver o problema em relação aos estrangeiros, o governador do Estado, Confúcio Moura (PMDB), se reunirá esta semana com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
“No dia 18, o Conare [Conselho Nacional de Refugiados] também vai definir se outros mil haitianos que estão em outras regiões terão o mesmo protocolo de refúgio concedido aos imigrantes que vieram para Rondônia”, afirmou Cláudia, acrescentando que o governador não pretende abrigar outros grupos de imigrantes. De acordo com o governo de Rondônia, os estrangeiros receberam Carteira de Trabalho e identificação expedidos pela Polícia Federal no Acre.
As autoridades brasileiras estimam que pelo menos 700 haitianos tenham entrado ilegalmente no Brasil após o terremoto de janeiro de 2010. Hoje, eles vivem principalmente nas cidades de Brasileia e Assis Brasil, no Acre; Porto Velho, em Rondônia; e Manaus e Tabatinga, no Amazonas. Outro grande número de imigrantes está retido na fronteira do Brasil com o Peru e a Bolívia, pois cerca de 300 estrangeiros não possuem documentação para entrar no País.
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