O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou neste domingo (10/01) que, independentemente do resultado do referendo que decidirá a saída ou permanência do Reino Unido da União Europeia, ele continuará no cargo. Em entrevista a um programa de televisão da emissora BBC, Cameron também deixou claro que é favorável à permanência britânica no bloco.
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EFE
David Cameron afirmou que é favorável à permanência do Reino Unido na União Europeia, mas com renegociações com o bloco
“A pergunta na cédula de votação é muito clara: é ficar ou sair. Não é ‘o futuro desse ou daquele político’”, afirmou o premiê na entrevista. “Minha autoridade [como primeiro-ministro] depende da realização da renegociação [com a UE] e do referendo. É o que eu prometi e o que devo cumprir”, disse Cameron ao ser questionado pelo apresentador, Andrew Marr, se a derrota abalaria sua autoridade como chefe de governo do Reino Unido.
Cameron se disse “esperançoso” em obter uma negociação favorável durante a próxima reunião de cúpula entre os líderes da União Europeia, em fevereiro. Para que o referendo ocorra na data prevista, em junho deste ano, o acordo precisa ser firmado neste encontro. Caso a negociação se prolongue para a reunião seguinte, em março, o referendo terá de ser adiado para setembro. Na entrevista, o primeiro-ministro disse estar disposto a esperar mais tempo, caso o governo britânico não esteja satisfeito com os termos da negociação.
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“Espero que a resposta [dos cidadãos britânicos] seja permanecer em um Reino Unido reformado”, disse o premiê. Segundo Cameron, é necessário que seu governo garanta que a Europa contribua para a competitividade da economia britânica em vez de prejudicá-la e para isso busca renegociações com o bloco.
“Devemos nos assegurar de que [a União Europeia] não é apenas um clube de moeda única, mas sim que é flexível o suficiente para países como o Reino Unido, com a nossa própria moeda”, afirmou ele.
Dois terços dos parlamentares do Partido Conservador, de Cameron, são favoráveis à saída do Reino Unido da UE, apelidada de “Brexit”, relatou uma fonte da cúpula da legenda ao jornal britânico The Observer neste sábado (09/01). Ao menos 210 dos 330 parlamentares conservadores expressaram a preferência pela saída, apontam análises de dados do partido.