A onda de protestos no Egito é laica e, mesmo que resulte na mudança política que os manifestantes reivindicam, “não deteriorará a situação dos cristãos que vivem no país”, afirmou nesta quarta-feira (02/01) o especialista em demografia Youssef Courbage.
Em uma entrevista à agência de notícias Efe em Madri, Courbage, que é diretor de pesquisas do Instituto Nacional de Estudos Demográficos de Paris, ressaltou que a revolta contra o regime do presidente Hosni Mubarak não vai prejudicar a situação dos cristãos no país.
“Não vai afetar porque os cristãos do Egito, sobretudo os coptas, têm uma longa tradição de coabitação com o mundo muçulmano”, ressaltou.
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Segundo ele, os protestos no Egito “são manifestações da população, muito laicas, muito seculares e as reivindicações são, sobretudo políticas, o fenômeno da religião não está presente”.
Para este especialista em demografia dos países árabes, a Irmandade Mulçumana não conseguirá chegar ao poder.
“No máximo, poderão se alinhar com outros partidos políticos e ter alguma pasta em um gabinete de coalizão”, ressaltou.
Courbage mostrou-se convencido de que no Egito “a mudança é iminente” e que os grupos que representam a modernidade serão “os que tomarão o poder em um governo de coalizão com diversos partidos”.
“O problema é que o Egito está atualmente fragmentado em diversos partidos, mas eles encontrarão um meio de se organizar para governar”, disse.
Ele acrescentou que “a evolução do mundo árabe” revela que ele se “encaminha rumo a mais laicismo, mais secularização e que, como consequência, não haverá maiores repercussões sobre a população cristã”.
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