A Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) afirmou nesta quarta-feira (20/06) que Julian Assange violou as condições de sua prisão domiciliar no Reino Unido, ao refugiar-se na embaixada do Equador na capital britânica, e pode ser detido. O fundador do Wikileaks se refugiou ontem na embaixada equatoriana em Londres para pedir asilo político, cinco dias depois que a Suprema Corte britânica autorizou sua extradição à Suécia, onde é acusado de estupro.
Uma porta-voz da Scotland Yard disse nesta quarta-feira (20/06) à Agência Efe que Assange, de 40 anos, poderia ser detido por ter abandonado o domicílio estabelecido nas condições de sua detenção, que o obrigavam ainda a ficar nesse lugar toda noite entre 21h e 7h da manhã. A porta-voz não especificou o que ocorrerá se Julian Assange decidir abandonar a legação diplomática equatoriana, onde a polícia britânica não tem jurisdição para atuar.
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O governo equatoriano assinalou ontem que, com base na Declaração Universal de Direitos Humanos da ONU, está estudando o pedido de asilo apresentado por Assange, que surpreendeu inclusive alguns de seus partidários.
O jornalista e ex-hacker australiano estava em prisão domiciliar no Reino Unido desde que em dezembro de 2010 foi detido a pedido da procuradoria sueca por três acusações de supostos abusos sexuais.
O Ministério de Exteriores britânico disse previamente que o fundador do Wikileaks se encontra agora em território diplomático e, portanto, “fora do alcance da polícia”. O governo britânico colaborará com as autoridades equatorianas para resolver “o mais rápido possível” a situação.
Julian Assange pediu asilo político a fim de evitar sua iminente entrega ao país escandinavo, que poderia ocorrer a partir do dia 28 deste mês.
O fundador do Wikileaks, que revelou milhares de documentos confidenciais de governos de todo o mundo, foi detido em Londres no dia 7 de dezembro de 2010 após ser acusado na Suécia de três delitos de agressão sexual e um de estupro a duas mulheres suecas em agosto daquele ano.
Em seu comunicado, a embaixada equatoriana apontou ontem (19/06) que “a decisão de considerar o pedido de asilo de Assange não deve ser interpretada de nenhuma maneira como uma interferência do governo do Equador nos processos judiciais no Reino Unido ou na Suécia”.