A companhia de segurança que protege a embaixada dos EUA em Nairóbi, capital do Quênia, paga a seus guardas apenas um dólar por hora, segundo a revista norte-americana Foreign Policy. A publicação acrescenta que a péssima remuneração levou os trabalhadores a entrar em greve no último verão.
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A proteção destinada às representações dos Estados Unidos no exterior se tornou uma questão controversa desde o ataque ao consulado norte-american em Benghazi, na Líbia, no último ano. Durante o atentado, os guardas contratados pelos EUA fugiram, mesmo não recebendo tão mal quanto seus colegas de Nairóbi: de acordo com a Foreign Policy, os seguranças líbios ganhavam quatro dólares por hora de trabalho.
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Seguranças formados e treinados pela KK Security, segundo o site oficial da companhia
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A empresa KK Security, contratada pelo governo norte-americano, afirma que paga aos guardas da embaixada entre 25 e 150 mil xelins quenianos por mês, o equivalente a cerca de U$S 780 a U$S 1,7 mil. Por dia, então, os seguranças ganham entre U$S 9 e U$S 57 para um trabalho chamado pela revista de “potencialmente mortal”.
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Antes do ataque realizado ao shopping Westgate pela milícia islâmica Al Shabab, ligada à Al Qaeda, neste final de semana, governos do Ocidente, como o do Canadá, já alertavam para o risco de atentados terroristas na região. Foi por meio de um incidente no próprio Quênia que os norte-americanos conheceram a Al Qaeda, depois de um bombardeio à sua embaixada em Nairóbi em 1998.
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O valor baixo de salário, entretanto, é o mesmo que a média dos quenianos ganha, apesar de não ter sido capaz de manter os funcionários da KK em seus postos no último mês de junho, segundo o site africano The People. O portal afirma que, à época dessa greve, os guardas recebiam de dois a quatro dólares por dia. A firma também foi acusada de reter salários que haviam sido acordados em contratos de trabalho da última década.
“A companhia deve aos empregados mais de 116 milhões de xelins somente pelo período que vai de junho de 2012 a março de 2013. Os funcionários atualmente recebem um pagamento de 5,49 mil xelins por mês e o [acordo coletivo de 2005] foi atingido após uma calmaria de 11 anos, o que significa que eles passaram 16 anos sem aumento de salário”, afirmou o The People.
No entanto, de acordo com outras publicações, como o site All Africa, os guardas que entraram em greve declaravam receber 14 mil xelins por mês, o equivalente a 160 dólares. De acordo com a Foreign Policy, nem a KK Security nem o departamento de segurança diplomática do Departamento de Estado norte-americano quiseram responder as denúncias apresentadas.
Fundada na década de 1990, segundo seu site, a KK tem atuação diversificada, sendo responsável pela segurança de agências da ONU na Tanzânia e, ao mesmo tempo, de instalações de gás e óleo da África. Entre seus clientes mais ilustres, incluem-se os EUA, a Grã-Bretanha, o Canadá, a União Europeia, a ONU, a Toyota e até mesmo a Heineken.