O Senado do Paraguai aprovou uma declaração de solidariedade a deputados venezuelanos opositores e reivindicou que o governo peça a intervenção da OEA (Organização dos Estados Americanos) na Venezuela. Desde a eleição venezuelana — vencida por Nicolás Maduro –, a oposição do país vem realizando diversos “tours” por países da região e Estados Unidos para pedir apoio na estratégia de deslegitimar o resultado e o governo.
A maioria dos encontros no exterior foi mantida com políticos opositores aos governos locais ou de partidos de direita. Depois do golpe de Estado contra o presidente Fernando Lugo, há quase um ano, quando o Paraguai passou a ser governado pelo Partido Liberal, Horácio Cartes, do Partido Colorado, assumiu a Presidência. As duas agremiações políticas são identificadas com a direita no país.
NULL
NULL
Na declaração, o Senado paraguaio expressa “sua solidariedade com os membros da Unidade Democrática Venezuelana, vítimas da violação de seus direitos humanos e liberdades fundamentais”. Os senadores liberais Julio César Franco e Amancio López defenderam que “qualquer agressão, venha da esquerda ou da direita, é agressão, assim como a ditadura”.
Outro lado
No entanto, o também senador liberal Luis Alberto Wagner se manifestou contra o projeto e sublinhou que “não se pode emitir uma declaração sem contar com a versão da outra parte, neste caso, dos governistas venezuelanos”, segundo o comunicado. Wagner considerou a declaração “inoportuna” e lembrou que a OEA outorgou seu reconhecimento ao governo de Maduro.
A senadora do partido Pátria Querida Ana Mendoza, que propôs a declaração, detalhou que o pronunciamento é contra “as violações dos Direitos Humanos, dos sistemas que pretendem enfraquecer um sistema democrático” na América Latina. Ana enfatizou que a Venezuela vive momentos “realmente desesperadores e angustiantes”. “Sem querer zombar deles, basta lembrar que hoje não têm papel higiênico ou matéria-prima para hóstias”, afirmou a senadora.
Um grupo de parlamentares da oposição venezuelana pediu em Assunção no dia 3 de maio ao presidente do Legislativo paraguaio, Alfredo Luis Jaeggli, “um pronunciamento de solidariedade” perante a “situação tão difícil” que se está vivendo na Venezuela. Desde então a Câmara de Senadores adiou várias vezes o debate da declaração proposta pela senadora Ana até que acabou sendo discutida ontem.
* Com informações da Agência Efe