A senadora chilena Isabel Allende declarou esperar que o governo do Chile “colabore ao máximo” na investigação sobre a morte de seu pai, o ex-presidente Salvador Allende. “Espero que o Estado colabore ao máximo na investigação dos fatos implicados pela pior ditadura que os chilenos sofreram”, afirmou Isabel.
“Mesmo a família não tendo dúvidas sobre a decisão do presidente Allende de defender a democracia com sua própria vida, é importante que sejam realizadas todas as ações judiciais que buscam estabelecer a verdade de todas as mortes e os desaparecimentos desde 11 de setembro de 1973”, completou, referindo-se à data do golpe de Estado e da morte de seu pai.
Isabel ainda garantiu que irá apoiar “a justiça com todos os antecedentes que sejam requeridos, a fim de facilitar o trabalho”. “Constitui uma dívida pendente da Justiça reconhecer os numerosos crimes cometidos nessa data, identificar quem participou deles, estabelecer responsabilidades penais e reconhecer toda a verdade deste dia”, ressaltou a senadora.
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A Justiça chilena anunciou ontem que vai, pela primeira vez, investigar as circunstâncias da morte de Allende. O caso será analisado pelo juiz Mario Carroza, após denúncia apresentada pela procuradora Beatriz Pedrals, do Ministério Público do Tribunal de Apelações de Santiago.
O vigário da Pastoral Social, padre Alfonso Baeza, disse à ANSA que a investigação põe em dúvida o suicídio do ex-presidente. “A versão oficial diz que foi um suicídio e sabemos que as versões oficiais daquela época [da ditadura] são falsas na maior parte das vezes”, comentou o religioso.
Baeza, que também é um ativista dos direitos humanos, acrescentou que “o dever da Justiça é poder nos dar tranquilidade de saber o que realmente aconteceu”.
O vigário ainda destacou o início da investigação de outros 726 casos de vítimas de violações aos direitos humanos entre 11 de setembro de 1973 e 11 de março de 1990, período que corresponde à ditadura militar de Augusto Pinochet.
Apesar do presidente do Partido Socialista (partido fundado por Allende), Osvaldo Andrade, apoiar a abertura do processo, ele acredita que faltam antecedentes que confirmem a hipótese de que Allende não tenha se suicidado.
Allende foi encontrado morto no Palácio La Moneda, sede da Presidência do Chile, após o local ter sido invadido por tropas golpistas lideradas por Pinochet. A causa oficial da morte foi considerada suicídio.
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