Por iniciativa própria, o serviço de inteligência da Alemanha (BND, na sigla em alemão) espionou vários países aliados, como Estados Unidos e França, denunciou a imprensa do país nesta quinta-feira (15/10).
EFE
André Hahn, presidente da comissão parlamentar sobre controle de espionagem, fala nesta quinta com jornalistas sobre novo caso
Segundo a revista Der Spiegel, o BND espionou várias embaixadas e administrações “de países europeus e aliados”, utilizando seus próprios “seletores, como palavras chave, nomes, números de telefone ou de cartões.
Esses casos de espionagem deliberada teriam acontecido durante anos e terminado em 2013. Com a revelação, haverá uma audiência organizada pela comissão parlamentar alemã responsável pelo controle de espionagem, que está prevista para ocorrer na semana que vem no país.
A denúncia vem quase seis meses após o jornal Süddeutsche Zeitung ter revelado que o BND teria espionado empresas europeias e importantes funcionários da França e da Comissão Europeia, em colaboração com a NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA).
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À época, a chenceler alemã, Angela Merkel, defendeu o serviço de inteligência no país, afirmando que se tratava de uma cooperação como forma de “luta contra o terror”. O novo caso de espionagem, desta vez de forma independente, ainda não foi comentado pela chefe de governo.
No fim de 2013, a revelação do ex-agente da NSA Edward Snowden de que o telefone particular de Merkel havia sido grampeado chocou Berlim e provocou tensão com Washington.
Naquela ocasião, o governo alemão reiterou que não iria aceitar que os norte-americanos ficassem impunes diante do caso e a própria chanceler disse ao presidente dos EUA, Barack Obama, que “espionar amigos” era “totalmente inaceitável”.
Entretanto, em 12 de junho de 2015, a justiça alemã encerrou a investigação do grampo do celular de Merkel “por falta de provas”.
EFE/arquivo
Em 2013, celular de Merkel foi um dos alvos de espionagem norte-americana, causando crise na relação entre os dois países