Atualizada às 19h43
Grupos opositores ao Foro de São Paulo parecem ter resposta à pergunta: por que a direita odeia o evento? Em entrevista a Opera Mundi, a organização que se intitula como “Fora Foro de São Paulo” argumenta que “o socialismo bolivariano – tão citado nas atas e resoluções das reuniões do foro e anunciado como meta do projeto político da organização – já representa em si motivação suficiente para ser contra o evento”.
“Podemos perceber que esse modelo é a nova cara do comunismo: um governo populista que não quer ver oposição e que se vende travestido de democracia da justiça social”, afirma um porta-voz do grupo, que nega ter relação com as agressões da última quarta-feira (31/07). O mesmo representante ouvido por Opera Mundi afirma, no entanto, que “Revoltados Online” e “Organização de Combate à Corrupção” organizaram um evento contra o Foro na noite de quarta, mas “apareceu um grupo desconhecido no local”. (informação atualizada)
Leia também:
Retorno do Paraguai ao Mercosul e voto no Parlasul são pautas centrais do Foro de SP
Ao serem perguntados sobre a origem da página e identificação dos responsáveis – nome, profissão, etc –, a resposta vem de forma curiosa e um tanto enigmática. “A Equipe do Fora Foro de São Paulo, é constituída por trabalhadores formados em comunicação que nunca leram em sua vida acadêmica nenhum autor de direita e que, movidos por essa questão, encontraram as causas do obscurantismo e silêncio nas estratégias do Foro de São Paulo”, dizem.
Leia também:
“É preciso acelerar a integração latino-americana”, diz secretário-executivo do Foro de São Paulo
No entanto, o grupo acredita que pode, pela primeira vez, apresentar questionamentos ao evento e se tornar um movimento concreto de oposição ao Foro de SP, seja no facebook ou com deboches no youtube (veja vídeo abaixo).
“As relações internacionais entre os partidos de esquerda latino americanos revelam-se cada vez mais alinhadas ideologicamente e não há oposição”
Para o Fora Foro de SP, o socialismo é “o ´´único que promete o paraíso na Terra”, possível e executável por uma força política de forma instantânea. Dessa forma, a situação econômica da América Latina configura “um cenário fértil e propício para uma oferta messiânica que os “patriarcas latinos” – Lula, Chávez, Fidel, Morales, Mujica, Correa e Kirchner – promulgam”.
“Esse cenário tende a se espalhar em toda América Latina; não caracterizando uma democracia saudável, onde deve haver alternância de poder”, argumentam. A crítica também se espalha ao projeto brasileiro de política externa.
Reprodução Facebook
Página inicial da página contra o Foro São Paulo
”Vide o posicionamento brasileiro quando houve a estatização do gás boliviano, a recente dança da cadeira na cúpula do Mercosul, e as provisões entregues às FARC conforme os relatos de ex-reféns. Isso quer dizer que, as políticas externas brasileiras, não protegem mais nossa soberania, a segurança nacional, a prosperidade econômica e sim a perpetuação e expansão do poder, ou seja, a agenda socialista latino-americana”, é outro trecho enviado a Opera Mundi.
NULL
NULL
Outro grupo que se manifesta contra o Foro SP também enviou uma resposta a Opera Mundi sobre as intenções e motivações do movimento. “A principal motivação é por considerar esse orgão inconstitucional, criminoso, contra a lei L7170, os governantes filiados a partidos ligados ao Foro de São Paulo estão submetidos às atas de regulamentos do Foro de São Paulo, que é um órgão internacional. As infrações contra a lei L7170 são combatidas pela justiça militar que está calada, até o momento.
Alguns grupos prometem uma manifestação contra o evento para hoje. O Foro de São Paulo termina neste domingo (04/08). O presidente boliviano, Evo Morales, é esperado para a cerimônia de encerramento.