Atualizada às 18h24
Os eleitores suíços decidiram neste domingo (09/02) voltar a limitar a entrada de cidadãos de países da UE (União Europeia) no mercado de trabalho. O referendo pelo “fim da imigração em massa” teve apoio de 50,4% da população, de acordo com os resultados oficiais anunciados nesta tarde. A taxa de participação foi particularmente elevada: 56,5% da população foram às urnas, frente a média suíça de 44%.
Agência Efe
Durante a campanha do referendo, partido de direita culpou a imigração como causa do aumento do desemprego e aumento dos preços
A pergunta foi sugerida pelo partido de direita União Democrática de Centro (UDC), que visava propor um sistema de cotas anuais para estrangeiros, que começarão a ser aplicadas em três anos. Com isso, a proposta também restabeleceu o princípio da preferência pelo trabalhador nacional em relação ao de outro habitante da UE – medida que deverá causar tensão com os países membros do bloco.
A aprovação pode levar a uma renegociação do acordo bilateral entre Suíça e UE sobre a livre circulação de pessoas que estava em vigor desde 2002 e que também foi aceito em referendo dois anos antes. Além da questão do fluxo migratório, será preciso também debater as mudanças nas relações econômicas, comerciais e políticas do bloco.
A Comissão Europeia lamentou a decisão. Segundo o órgão, a medida “vai contra o princípio de liberdade de movimento entre UE e Suíça”.
Para o cientista político Pascal Scarini, de Genebra, as relações entre a Suíça e a União Europeia têm risco de ser colocadas a partir de agora em uma situação que provoque o caos, segundo o Le Monde. Outros analistas também acreditam que as consequências sobre a economia suíça e o mercado do trabalho podem ser muito negativas, de acordo com a Efe.
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Xenofobia à vista
Durante a campanha do referendo, a UDC culpou a imigração como causa do aumento do desemprego, principalmente nas regiões da fronteira. O partido direitista também acusou os estrangeiros de serem responsáveis pelo aumento nos preços dos transportes e das moradias.
Quase 25% das 8 milhões de pessoas que habitam a Suíça são estrangeiras. Muitas delas já nasceram lá ou vivem há muitos anos, mas não receberam direito à cidadania em virtude das rígidas leis do país.