A Corte Suprema israelense ordenou nesta terça-feira (02/08) o desmanche da colônia de Migron, nas Cisjordânia. O assentamento judeu é maior localizado em território palestino entre os considerados ilegais por Israel – embora a legislação internacional considere todas as colônias na Cisjordânia e na Faixa de Gaza ilegais.
A Corte exigiu do Exército que a colônia, localizada próxima a Ramallah e composta por aproximadamente 70 casas, seja dissolvida até março do ano que vem. Segundo Yariv Oppenheimer, diretor da ONG israelense “Peace Now”, ela abriga 250 colonos.
Leia mais:
Dois palestinos morrem em batida israelense na Cisjordânia
Um ataque desumano
Quanto pretexto para defender o indefensável
Situação das mulheres nos territórios ocupados por Israel é insustentável, afirma ativista palestina
Israel face à sua história, por Eric Rouleau
“É a primeira vez que a Corte Suprema toma uma decisão clara como esta e ordena ao governo que retire esse posto avançado ( termo atribuído pela ONG às colônias construídas sem autorização do governo israelense)”, disse o ativista, que lembrou que “não cabe apelação contra a sentença”.
A organização pacifista pediu há cinco anos ao Supremo que exigisse ao Estado a paralisação do crescimento da colônia de Migron e a retirada de seus habitantes, já que não foi autorizada e está construída em terras pertencentes a particulares palestinos.
Neste período, afirma a “Peace Now”, a Justiça não tomou nenhuma decisão drástica, limitando-se a remeter a um acordo governamental com os colonos sobre a evacuação de colônias, mas sua paciência se esgotou quando, na semana passada, os poderes públicos pediram a extensão da situação por mais 16 meses, para que o Estado possa construir casas alternativas para os colonos.
Se a ordem judicial for cumprida, Migron será o primeiro desmantelamento de uma colônia desde que o governo de Ariel Sharon forçou a retirada total das colônias em Gaza em 2005, lembra a organização, que considera a decisão do Supremo “um êxito sem precedentes”.
“Este caso demonstra que é a Corte Suprema quem deve fazer cumprir a lei na Cisjordânia e agora é o governo que tem de enfrentar o problema que ele mesmo criou e demonstrar que Israel é uma democracia e não anarquia: deve respeitar e ratificar a decisão”, afirma a ONG em uma nota na qual pede aos colonos que “aceitem a decisão e comecem a deixar Migron”.
A organização levou casos similares ao Supremo, que ainda aguardam sentença. A decisão sobre Migron pode servir como precedente para esses casos.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL