Funcionários do alto escalão do governo dos Estados Unidos revelaram ao jornal New York Times e à emissora CNN que um dos dois irmãos suspeitos de ter cometido o ataque contra a revista francesa Charlie Hebdo recebeu treinamento em 2011 no Iêmen de uma organização terrorista ligada à Al Qaeda.
Said Kouachi, um dos suspeitos — junto com seu irmão Chérif — de ter cometido o pior atentado em solo francês nos últimos 50 anos, passou “vários meses” no Iêmen aprendendo a usar armas de combate como as utilizadas no ataque contra a redação da publicação satírica em Paris, que resultou na morte de 12 pessoas na última quarta-feira (07/01).
Agência Efe
Em Budapeste, na Hungria, pessoas prestam homenagem às vítimas do ataque à 'Charlie Hebdo' em Paris
Os serviços de Inteligência dos Estados Unidos estão averiguando se o grupo vinculado à Al Qaeda ordenou explicitamente o ataque contra a revista, mas, por enquanto, não há indicações de que os irmãos tenham recebido instruções diretas da organização ou façam parte de uma célula terrorista na França, explicaram as mesmas fontes.
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Em artigo recente da Inspire, a publicação da Al Qaeda no Iêmen, a organização encoraja seus seguidores a atacarem ocidentais que fizeram ofensas ao islã.
O nome do diretor da publicação francesa, Stéphane Charbonnier, que morreu no atentado, aparece na revista sob a frase: “Uma bala por dia mantém afastados os infiéis – defendeu o profeta Maomé”, conforme detalhou o New York Times.
Lista de procurados
Os dois irmãos estão há anos na lista de suspeitos de terrorismo dos Estados Unidos, por isso seus nomes também aparecem entre os indivíduos que estão proibidos de embarcar em aviões comerciais com destino e saída nos EUA, segundo as fontes oficiais citadas pelo NYT.
Os irmãos Kouachi foram acompanhados de perto durante uma década pelas autoridades francesas e americanas. Chérif — o mais novo — chamou a atenção da França há dez anos e foi detido em 2005 quando se preparava para ir à Síria, a primeira etapa de uma viagem que o levaria ao Iraque, acrescentaram as fontes do jornal nova-iorquino. Em 2008, Chérif foi condenado a três anos de prisão por participar de uma rede de recrutamento de jihadistas.
(*) Com informações da Agência Efe