Os tailandeses votaram neste domingo (07/08) sobre a Constituição proposta pela junta militar que governa interinamente o país. A apuração dos votos já começou, mas ainda não foi estipulado um horário e data para a divulgação dos resultados.
Agência Efe
Tailandeses foram às urnas neste domingo
Cerca de 50 milhões de pessoas foram convocadas a votar no referendo em que responderam duas perguntas: se aceitavam ou não a Constituição dos militares e se gostariam que o Senado interviesse na escolha do primeiro-ministro do país junto com a Câmara dos Deputados — que já participa do processo.
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Tailandeses foram às urnas neste domingo
Dados oficiais não foram divulgados, porém, a participação de eleitores pareceu menor que em ocasiões anteriores com as urnas em vários colégios de Bangcoc, onde os eleitores mostraram divisão de opiniões.
“O país deve continuar avançando e esta Constituição permite que a Tailândia progrida. Tenho confiança no governo atual porque seu objetivo é fazer com que o país melhore”, declarou à agência Efe Chawalit, que votou a favor da proposta constitucional dos militares.
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No entanto, outro cidadão, que votou “não” e preferiu não se identificar, afirmou que “a ditadura não tem o direito de escrever uma Constituição. O povo que vota contra não está satisfeito com a maneira como a Tailândia está sendo governada”.
A Tailândia teve 19 constituições, quase todas elas derrogadas após a intervenção dos militares, desde o fim da monarquia absolutista, em 1932.
A atual junta interina — cujo nome oficial é NCPO (Conselho Nacional para a Paz e Ordem) — tomou o poder por meio de um golpe realizado em 2014 e traçou uma série de metas para instaurar uma “democracia plenamente funcional” no país. O referendo sobre a Constituição, e sua aprovação, é um desses objetivos, que culminaria com eleições gerais em 2017.
Entretanto, grupos de direitos humanos dizem que a nova Constituição estende os poderes do NCPO, o que significa que sua influência sobre o governo tailandês continuaria existindo mesmo após a restauração da democracia.
Caso o projeto constitucional do NCPO seja rejeitado, os militares deverão formular um novo, o que pode demorar meses.
*com Agência Efe