Ao menos duas pessoas morreram na cidade de Asadabad, no leste do Afeganistão, após membros do grupo islâmico Talibã abrirem fogo contra centenas de manifestantes que celebravam o dia da independência do país, comemorado nesta quinta-feira (19/08), com bandeiras nacionais. A informação foi confirmada pela emissora catari Al Jazeera.
Esse já é o segundo episódio de repressão a protestos contra o Talibã e a favor dos símbolos nacionais afegãos. Na última quarta (18/08), membros do grupo já haviam assassinado três pessoas que protestavam contra a substituição da bandeira do país pelo estandarte do Talibã em uma praça da cidade de Jalalabad.
A cidade, que também fica no Afeganistão Oriental, voltou ser palco de tensões nesta quinta, durante manifestações pela independência nacional. Segundo a Al Jazeera, os talibãs abriram fogo contra pessoas que exibiam a bandeira do país, deixando dois feridos.
Na capital Cabul, cerca de 4,5 mil soldados norte-americanos controlam o aeroporto, mas todas as estradas que levam ao terminal estão sob comando do Talibã.
Flickr/Chairman Joint Chiefs
No dia em que é celebrada a independência do país, centenas foram às ruas carregando a bandeira nacional
Caos no Afeganistão era inevitável, diz Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na noite desta quarta-feira (18/08), em entrevista à emissora ABC, que disse não ver como a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão não resultasse em “caos”.
Quando o Talibã tomou a capital do país no domingo (15/08), após controlar todo o território nacional em menos de 10 dias, afegãos e estrangeiros foram desesperados para o aeroporto Hamid Karzai. Lá, as pistas chegaram a ficar lotadas de pessoas, com alguns afegãos se agarrando aos trens de pouso das aeronaves norte-americanas para fugir. A mídia local fala em 12 mortes.
No início de julho, Biden antecipou a saída das tropas de 11 de setembro para 31 de agosto, colocando fim aos 20 anos de guerra no Afeganistão. No entanto, por conta da caótica saída dos cidadãos estrangeiros e de civis afegãos que ajudaram as potências ocidentais durante a invasão, agora esse prazo pode ser revisto.
*Com Ansa