Agência Efe
Anders Behring Breivik, terrorista de extrema direita, perante o tribunal noruguês nesta sexta-feira (24/08) em Oslo
Anders Behring Breivik foi condenado nesta sexta-feira (24/08) pela justiça norueguesa a 21 anos de prisão por ter cometido os dois piores atentados da história do país. A sentença foi a mais severa permitida pela legislação nacional, mas pode ser estendida por anos se o criminoso continuar representando um perigo à sociedade.
Depois de dois meses de discussão, o tribunal decidiu considerar Breivik como criminalmente responsável por suas ações, descartando as alegações da promotoria de que ele sofria de “esquizofrenia paranoica” quando realizou os ataques. Caso os cinco juízes tivessem aceitado a argumentação da acusação, o autor confesso dos atentados seria isentado de responsabilidade legal pelos crimes e internado em uma unidade psiquiátrica para detentos.
O veredito foi recebido com um sorriso de Breivik, que insistiu durante todo o processo que não sofria de nenhuma doença psiquiátrica e que queria ser condenado pelas 77 mortes “cruéis e necessárias”. Toda sua defesa se baseou no pedido de condenação penal e de prisão pelo duplo atentado.
NULL
NULL
Durante a leitura da sentença, os juízes descreveram como Breivik preparou minuciosamente os dois ataques do ano passado e como ele se tornou obsessivo com a ideologia da extrema direita. O réu assistiu impassível ao julgamento, mantendo a convicção de que suas ações foram necessárias para salvar a Noruega de uma invasão muçulmana.
(O terrorista norueguês chega sorrindo ao tribunal nesta sexta (24/08) em Oslo/Agência Efe)
Os familiares e amigos das vítimas e os sobreviventes dos ataques presentes no tribunal respiraram aliviados com a decisão de punir o extremista de direita. “Agora, não vamos escutar sobre ele por um tempo. Agora, podemos ter paz”, disse Per Balch Soerense que teve a filha morta no massacre à agência internacional Associated Press.
“Estou aliviado de ver este veredito. A tentação das pessoas de encará-lo como um louco passou”, disse Tore Sinding Bekkedal, um dos sobreviventes do ataque em Utoya ao jornal norte-americano The New York Times. “Hoje, escutamos que ele era são. No longo prazo, isso não importa. O que importa agora é que precisamos levar a sério o extremismo”, alertou um segundo sobrevivente Bjorn Magnus Jacobsen.
No ano passado, Breivik implantou uma bomba contra o complexo governamental de Oslo, matando oito pessoas, e invadiu a tiros uma reunião do acampamento da Juventude do Partido Trabalhista na ilha de Utoya, assassinando 69 jovens.