Partidários do coronel Muamar Kadafi tomaram nesta segunda-feira (23/01) o controle da cidade líbia de Bani Walid. Eles mataram o chefe da segurança local e ergueram a bandeira verde do antigo regime no quartel. O governo já organiza o envio de tropas da capital Trípoli para reconquistar Bani Walid, localizada ao sudoeste de Trípoli . O levantamento ocorreu quando partidários do novo governo tentaram prender membros leais a Kadafi.
A versão online do jornal alemão Der Spiegel afirma que ao menos cinco pessoas morreram no levante e entre 20 a 30 soldados do governo ficaram feridos.
Segundo a agência de notícias France Presse, os kadafistas estavam “fortemente armados”, com metralhadoras e RPGs, e, segundo um responsável local, M' Barek al Fotmani, atacaram a “brigada 28 de maio”, a mais importante em Bani Walid, em pleno dia para, em seguida, tomar controle de toda a cidade. Ainda de acordo com a testemunha, os insurgentes gritavam “Allah, Muamar, a Líbia e é tudo!”.
Uma fonte militar do CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político do grupo militar que comanda a Líbia após a queda de Kadafi, já confirmou o envio de tropas a caminho de Bani Walid.
Entretanto, Mahmud el Werfeli, porta-voz do conselho local, criticou a lentidão do CNT para agir e teme que a cidade se torne o cenário de um massacre. “Pedimos uma intervenção do exército, mas o Ministério da Defesa e o CNT traíram-nos, deixaram-nos entre o martelo e a bigorna. Há dois meses que lhes pedimos para encontrarem uma solução”.
De acordo com a rede RTP, a tomada de Bani Walid ocorre simultaneamente à crise política interna do próprio CNT. O vice-presidente do Conselho, Abdelhafidh Ghoga, apresentou sua demissão na sequência de diversas manifestações, incluindo uma de estudantes da Universidade de Benghazi que o agrediram fisicamente. No sábado, em Benghazi, a sede do CNT foi saqueada.
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