O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou entre essa terça (28/11) e quarta-feira (29/11) três vídeos antimuçulmanos em sua conta no Twitter e gerou uma polêmica internacional.
Os tuítes foram postados originalmente pela vice-líder do partido britânico de extrema-direita “Britain First” (“Grã-Bretanha Primeiro”), Jayda Fransen, um grupo que se declara inimigo da religião muçulmana, crê na supremacia branca e instiga a violência contra islâmicos.
Os vídeos, que não têm a procedência ou a veracidade confirmadas, mostram cenas supostamente realizadas por islâmicos. No primeiro, chamado de “Um imigrante muçulmano agride um jovem holandês”, mostra um abraço entre os dois jovens seguido por socos do rapaz supostamente islâmico.
No segundo, mostra “muçulmanos destruindo uma imagem da Virgem Maria” e no terceiro há imagens de um jovem jogado do alto de um prédio por militantes do Estado Islâmico.
Após a publicação, Fransen celebrou nas redes sociais dizendo que “o próprio Donald Trump retuitou esses vídeos e tem cerca de 44 milhões de seguidores. Deus abençoe você, Trump! Deus abençoe a América”.
Foto: Joyce N. Boghosian/White House
Governo britânico condenou atitude e afirmou que Trump “errou” ao compartilhar os vídeos
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Segundo a mídia britânica, o governo local ficou “sem palavras” sobre a atitude do presidente e diversos membros do Parlamento britânico pedem que algo seja feito contra Trump por conta disso.
Já o marido da parlamentar Jo Cox, Brendan, lamentou a atitude do titular da Casa Branca.
Jo Cox foi assassinada, antes da votação do Brexit, por um militante do “Britain First”.
“Trump legitimou a extrema-direita no seu país, e agora está tentando fazer isso no nosso. Espalhar ódio tem consequências e o presidente deveria ter vergonha de si mesmo”, escreveu Brendan Cox em sua conta no Twitter.
Governo britânico condena ação
O governo britânico, através de uma nota, condenou abertamente a atitude do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de compartilhar vídeos do partido de ultradireita “Britain First”, que incita o ódio contra os muçulmanos.
Segundo o porta-voz de Downing Street, o norte-americano “errou” ao compartilhar isso com seus seguidores porque o “Britain First busca dividir as comunidades através do uso de narrativas de ódio que vendem mentiras e incitam a divisão”.
“Eles causam ansiedade nas pessoas que respeitam a lei. Os britânicos rejeitam de maneira esmagadora essa retórica preconceituosa de extrema-direita, que é a antítese dos valores que esse país representa com decência, tolerância e respeito. É errado um presidente fazer isso”, encerra a nota.