Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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Nesta segunda-feira (10/08), quatro atentados realizados na Turquia deixaram pelo menos nove mortos e mais de uma dezena de feridos. Os incidentes foram realizados um dia após os Estados Unidos anunciarem que deslocariam seis caças F-16 na base aérea turca de Incirkik, próxima à Síria, para combater o EI (Estado Islâmico). Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques e não se sabe ainda se há coordenação entre eles. Autoridades turcas, no entanto, consideram que os realizadores das ações pertencem a um grupo anti-EUA.

Nas primeiras horas do dia, o consulado dos Estados Unidos em Istambul foi alvejado por um casal. Não houve feridos ou mortos na ação. De acordo com emissoras turcas, ambos trocaram tiros com policiais após o ato. Ferida, a mulher foi detida na proximidade do local Segundo o jornal Milliyet, a detida foi identificada como Hatice A., uma enfermeira de 51 anos e militante do partido de ultraesquerda DHKP/C, que foi solta no mês passado após passar um tempo em prisão. Em 2013, o partido atacou a embaixada dos Estados Unidos, deixando dois mortos. Não se sabem as motivações para o ato.

Agência Efe

Diversas instalações ao redor da delegacia atacada nesta segunda foram afetadas

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Pouco depois da meia-noite, um atentado suicida com um carro bomba contra uma delegacia deixou prédios e veículos danificados e pelo menos quatro pessoas mortas e 10 feridas. Após as forças de segurança abrirem fogo contra um grupo, duas pessoas morreram, além do chefe do departamento de investigação da polícia de Istambul, Beyazit Ceken.

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Outra ação, realizada supostamente pelo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), na provícia de Sirnak, matou quatro policiais e deixou outro gravemente ferido, como informou a emissora CNNTurk. O ataque se deu com a explosão de uma mina de controle remoto em um veículo blindado que transportava os policiais. O automóvel foi atacado quando entrava em um bastião do PKK em Silopi, onde, na última sexta-feira (07/10) morreram três civis e um policial após enfrentamentos, quando as forças de segurança tentaram retirar barricadas na estrada que impedia o acesso ao local.

O quarto atentado, desta vez com míssil, ocorreu contra um helicóptero militar na mesma província. Um soldado morreu e outro ficou ferido.

Agência Efe

Explosão em delegacia ocorreu nesta madrugada

Tensão

Após um período de trégua, os confrontos entre o PKK e o governo turco escalaram, em seguida ao atentado que matou 33 jovens ativistas turcos que lutariam contra o EI na Síria. Em resposta, Ancara decidiu atacar o EI e também o PKK, por considerá-los perigosos para a estabilidade da nação.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados, mas governo acusa grupo anti-EUA; incidentes ocorrem um dia após Estados Unidos enviarem caças contra EI

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A cooperação da Turquia com os Estados Unidos no combate ao Estado Islâmico, na Síria e Iraque, tem gerado forte descontentamento das milícias curdas, que até então eram os principais combatentes do grupo jihadista.

Pelo menos 390 membros do PKK morreram e outros 400 ficaram feridos como consequência dos bombardeios da Turquia contra posições curdas no Iraque.

Curdos

Os curdos, estimados entre 30 e 40 milhões, são considerados a maior população sem pátria do mundo e vivem espalhados entre Iraque, Irã, Síria e Turquia. Eles têm a ambição de, uma vez derrotando o EI, conquistar um território. A Turquia, por sua vez, teme que, lutando ao lado dos curdos, o movimento independentista aflore.

Agência Efe

Protesto foi realizado em Istambul neste domingo pelo Partido Democrático dos Povos contra governo e PKK, em nome da paz

Ao longo de três décadas, os curdos lutam para ter autonomia da Turquia. Nesse período, mais de 40 mil turcos e curdos, soldados e civis, morreram.

Nesta segunda, um comunicado, assinado por 55 organizações de partidos comunistas e operários, manifestou apoio ao PKK em meio à tensão na Turquia. Entre os signatários estão o PCB (Partido Comunista Brasileiro) e o Pólo Comunista Luiz Carlos Prestes. Eles também expressam solidariedade ao Partido Comunista grego contra o acordo assinado pelo premiê, Alexis Tsipras, com a União Europeia.