Os 27 países da UE (União Europeia) chegaram nesta quarta-feira (04/01) a um princípio de acordo sobre um embargo às importações de petróleo do Irã, como parte das novas sanções que pretendem impor ao país. A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, questiona a eficácia da medida.
Fontes diplomáticas informaram que um país não revelado e que havia manifestado ressalvas retirou seu veto inicial. Por isso, na prática, há agora um princípio de acordo sobre o embargo, embora ainda faltem ajustes sobre o conjunto do pacote de sanções e suas modalidades.
O próximo Conselho de Ministros de Relações Exteriores da UE, que será realizado no próximo dia 30, pretende aprovar a nova rodada de sanções contra o Irã por considerarem que o país persa se recusa continuamente a colaborar com a comunidade internacional sobre seu programa nuclear.
As fontes destacaram que, apesar do princípio de acordo, ainda é preciso acertar detalhes, como a data de entrada em vigor do embargo – para não provocar problemas aos países que importam muito petróleo iraniano – antes de falar de um pacto definitivo.
O Conselho Europeu de dezembro encarregou os ministros de Relações Exteriores que continuem trabalhando em uma nova rodada de sanções contra Teerã. Isso corre em razão do último relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que apontava que o Irã “poderia” desenvolver tecnologia necessária para fabricar armas nucleares.
O governo de Teerã nega categoricamente a informação, afirmando que seu programa nuclear tem fins pacíficos, civis e medicinais.
No último dia 1º de dezembro, uma fonte comunitária disse à agência de notícias Efe que a Europa estaria disposta a enfrentar sem problemas um embargo às importações de petróleo do Irã, já que a perda dessa provisão poderia ser compensada com um aumento das compras a outros países produtores.
“A capacidade restante da Arábia Saudita pode teoricamente compensar a perda do conjunto das exportações iranianas”, explicou a fonte.
Essa mesma fonte lembrou que, caso os 27 países optem por cortar as importações procedentes do Irã, como discutiram os ministros de Exteriores no dia 1º de dezembro, as refinarias europeias “poderiam encontrar fornecedores alternativos”, da mesma forma que fizeram quando a produção na Líbia foi interrompida este ano.
O Irã vende petróleo a 11 membros da UE e é o quinto país por volume de petróleo fornecido ao bloco depois de Rússia, Noruega, Líbia e Arábia Saudita.
No total, as importações iranianas representaram apenas 5,8% do total da UE em 2010, mas alguns países se encontram em uma situação muito mais sensível.
Os principais compradores de petróleo iraniano são, por esta ordem, Itália, Espanha, Bélgica, Grécia, Holanda, França e Alemanha, segundo dados da Comissão Europeia.
No entanto, enquanto para a França essas compras só representam 2,8% do total de suas importações, para a Espanha chegam a 14,6%.
A intenção dos governos europeus é buscar fórmulas que realmente aumentem a pressão sobre Teerã.
Controvérsia
A Comissão Europeia, põe em dúvida a efetividade da medida. Fontes da CE lembraram a Efe que as sanções não vão deter as exportações do Irã, que vende para a Europa menos de um quarto de sua produção total.
Bruxelas acredita que esse volume extra poderá ser desviado a outros compradores, como China e Índia.
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