Atualizada às 18h15
Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro rejeitaram neste sábado (27/06) a proposta grega para prorrogar o prazo de vencimento do pacote de empréstimos oferecido pelos credores à economia da Grécia.
Após uma reunião de quase quatro horas entre 19 ministros europeus no dia seguinte do anúncio de um referendo nacional na Grécia convocado para o dia 5 de julho, o chefe do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, assegurou que Atenas “rompeu o processo de negociação” e garantiu: “O programa termina e terminará nesta terça-feira”, em referência à data limite estipulada pelos credores para receber o pagamento grego.
Agência Efe
Jeroen Dijsselbloem, chefe do Eurogrupo, em entrevista coletiva neste sábado (27/06)
O ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis — que participou da reunião do Eurogrupo, mas deverá estar ausente dos próximos encontros — reagiu ante à negativa de prolongamento do empréstimo “por uma ou duas semanas, apenas”. “O rechaço do Eurogrupo danifica sua credibilidade como instituição democrática. E o dano será permanente”, afirmou.
Um dos argumentos citados pelo chefe do Eurogrupo para impedir o adiamento da negociação até, pelo menos, a realização do referendo na Grécia, foi de que a rejeição era necessária “para assegurar a credibilidade da zona do euro”.
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Agência Efe
O ministro de Finanças grego, Yanis Varoufakis, durante entrevista coletiva neste sábado (27/06)
“Porta aberta”
“Todos os membros da zona do euro têm a firme determinação de fortalecer e preservar a união monetária”, afirmou Dijsselbloem, que ressaltou que os países farão “pleno uso de todos os instrumentos disponíveis para preservar a integridade e a estabilidade da zona do euro”.
Ele declarou também que o Eurogrupo “está preparado para voltar a se reunir” com a Grécia. Segundo ele “a porta está aberta, pois não foram as instituições que saíram da mesa de negociações”.
Dijsselbloem também ressaltou que “o Eurogrupo está preparado para se reunir e tomar as decisões apropriadas quando for necessário em relação ao interesse da Grécia como membro da zona do euro”.
Além disso, disse que, após a crise financeira, as instituições europeias tomaram medidas que as tornaram mais fortes. Segundo o presidente do Eurogrupo, a Comissão Europeia também está disposta a ajudar o povo grego.
França: “disponível” para diálogo
A França anunciou neste sábado que está “disponível” para retomar o diálogo com a Grécia a qualquer momento, afirmou o ministro francês de Finanças, Michel Sapin.
“A França está disponível nas próximas horas, nos próximos dias, antes e depois de 30 de junho para retomar o diálogo sobre as bases propostas para que haja um acordo global e durável”, disse.
Sapin declarou que “o que aconteceu hoje não é a saída da Grécia do euro, é o que o governo grego desejou, é legítimo”.
O ministro francês afirmou que “a Grécia tem que respeitar os princípios de bom funcionamento da zona do euro e seus compromissos”, mas garantiu que nem a França nem país algum “deseja a saída da Grécia do euro”.
Agência Efe
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em reunião no Parlamento grego esta manhã
Tsipras: referendo será realizado
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, confirmou neste sábado à chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e ao presidente da França, François Hollande, que o referendo sobre a proposta das instituições credoras será realizado.
“A democracia é o valor supremo na Grécia e o referendo será realizado independentemente da decisão do Eurogrupo”, disse aos líderes europeus durante uma conversa por telefone, conforme informaram fontes do governo grego.
Tsipras também enfatizou que, seja qual for a decisão do Eurogrupo, o povo grego “terá oxigênio para a semana que vem e sobreviverá”.
O governo grego insistiu neste sábado que as instituições apresentaram “propostas sem lógica, que nenhum governo grego” poderia aceitar.
*Com Agência Efe