A UE (União Europeia) manifestou nesta segunda-feira (24/10) que a Itália não deve adotar apenas medidas de austeridade, mas também de estímulo ao crescimento econômico para superar a crise e liquidar seu déficit público, que equivale atualmente a 120% do PIB (Produto Interno Bruto).
O porta-voz da Comissão Europeia para as relações econômicas e financeiras, Amadeu Altafaj, insistiu para que Roma se atente à “rápida aprovação e aplicação de um pacote completo de reformas que compreenda medidas de crescimento, emprego e reformas da Justiça”.
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Ele destacou que apenas medidas de austeridade não resolvem, mas que é preciso “relançar o potencial de crescimento para levar a um novo desenvolvimento sustentável do país”.
A economia italiana, continuou, “mostrou um escasso crescimento em fase de recuperação, e esta é a prova da necessidade de reformas para desbloquear um potencial que já existe” no país.
Segundo Altafaj, os governos europeus querem ter “certeza” sobre “um amplo pacote de medidas que ataquem as raízes profundas da economia italiana, sustentado também em um uso melhor dos fundos estruturais”, e também querem da Itália a garantia de “uma agenda de reformas completa com um calendário claro”. “Todos os parceiros europeus devem estar envolvidos em seu empenho”, emendou.
A situação da Itália também foi comentada nesta segunda pelo porta-voz do governo alemão, Steffen Sebert, que declarou que “a Alemanha tem grande confiança na condução italiana da crise e no fato de que reconhecerá o problema e mudará a situação”.
“França e Alemanha consideram a Itália um país economicamente muito forte, um importante membro da União Europeia e um dos nossos parceiros mais estreitos. Um país de prestações econômicas muito altas que tem, todavia, um alto débito”, assinalou.
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Ele relatou que neste domingo a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolás Sarkozy, e o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, tiveram “uma conversa entre amigos”. “Agora é preciso que Roma veja que propostas políticas serão feitas nos próximos dias”.
O premier da Itália deverá convocar para esta tarde uma reunião do Conselho de Ministros do país para convencer o ministro das Reformas Federais e líder do partido de direita Liga Norte, Umberto Bossi, a intervir nas aposentadorias e fazer o que “eu sempre quis, mas não pude realizar por culpa de outros”, afirmou.
As declarações das lideranças europeias não foram consideradas pelo chanceler italiano, Franco Frattini, como um “ultimato”, mas como “uma necessidade da Itália em agir com urgência, porque é de nosso interesse”.
“Criar perspectivas para o crescimento serve para nós. Bruxelas encoraja-o e é útil receber estes encorajamentos porque é do interesse das jovens gerações do nosso país”, insistiu o ministro das Relações Exteriores do país.
Por sua vez, o ministro italiano do Interior, Roberto Maroni, afirmou que a “Europa pode pedir tudo, mas depende se há condições para que os governos nacionais votem”. Sobre a pressão para mudar o regime das aposentadorias na Itália, ele limitou-se a dizer que a proposta será avaliada “hoje no Conselho de Ministros”.
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