Um ano após os conflitos na província peruana de Bagua, na Amazônia peruana, comunidades indígenas se reuniram neste sábado (5/6) para lembrar a morte de 34 pessoas e exigir que a Justiça do Peru responsabilize os culpados, informou a Telesur.
Na época, os indígenas protestavam para evitar a privatização de terras onde trabalhavam e viviam. Além das mortes, 200 pessoas ficaram feridas, das quais 83 com armas de fogo.
Efe
Indígenas protestam um ano após o massacre de Bagua
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O governo não atende aos pedidos de investigação das mortes do dia 5 de junho de 2009 e o presidente, Alan García, afirma que o que aconteceu foi um “massacre de policiais”, que teriam sido vítimas dos civis.
Meses após o conflito, a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) elaborou um relatório no qual afirmava que o governo seguia criminalizando as manifestações realizadas, fazendo propaganda contrária aos índios na imprensa e no material institucional.
Histórico
A principal causa dos protestos foram os dois decretos aprovados junto a quase 100 normas para adequar a legislação peruana ao Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, que entrou em vigor no começo de 2009. Segundo os indígenas, tais decretos transgrediam o direito à consulta contemplado pelo convênio 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
A lei 1090 buscava regular e supervisionar o manejo e o aproveitamento sustentável dos recursos florestais, incluindo concessões de ecoturismo e de conservação, por meio de uma autoridade dependente do Ministério da Agricultura peruano.
Já a norma 1064 estabelecia que as terras de uso agrário ficariam submissas à necessidade da passagem de oleodutos, gasodutos e instalações para a prospecção e exploração de minérios e de petróleo.
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