O Senado norte-americano rejeitou nesta quarta-feira (17/04) um projeto de lei bipartidário para tornar mais rígida a aquisição e porte legal de armas. A emenda obteve 54 votos a favor e 46 contra. No entanto, segundo a legislação dos EUA, todos os textos precisavam de um mínimo de 60 votos a favor para continuarem a tramitação legal.
Em represália à negativa, Barack Obama direcionou duros ataques aos senadores dos EUA, acusando alguns legisladores republicanos de cederem às pressões do “lobby”. “Hoje é um dia vergonhoso no Senado dos Estados Unidos da América. Como uma medida desejada por 90% da população é rejeitada por uma minoria no Senado?”, questionou o presidente.
A proposta intensificava a investigação sobre compras efetuadas pela internet e praticamente acabaria com a comercialização de armas de assalto e de pentes de alta capacidade. A decisão foi interpretada como uma vitória dos defensores dos direitos pró-armas.
Obama disse antes da resolução do Senado que adversários políticos mentiram sobre as medidas de controle de armas. “Em lugar de apoiar este compromisso, o lobby das armas e seus aliados deliberadamente mentiram sobre o projeto de lei”, disse o presidente
Obama argumentou que os legisladores rejeitaram a proposta bipartidária pela preocupação de que uma minoria dos proprietários de armas “fosse atrás deles em futuras eleições” e acrescentou que por isso buscaram “desculpas, qualquer desculpa, para votar 'não”.
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O texto bipartidário, liderado pelos senadores Pat Toomey – republicano pela Pensilvânia – e Joe Manchin – democrata pela Virgínia Ocidental – era a maior esperança de consenso no Congresso para seguir adiante com a legislação sobre o controle de armas.
“Escutei alguns dizerem que o bloqueio deste passo seria uma vitória. E minha pergunta é: uma vitória para quem? Uma vitória para que?”, indagou em tom agressivo o presidente.
“Tudo o que aconteceu hoje foi a preservação do vazio legal que permite aos criminosos perigosos comprar armas sem uma verificação de antecedentes. Isso não faz com que nossas crianças estejam mais seguras”, insistiu.
O presidente norte-americano prometeu, no entanto, que “cedo ou tarde” conseguirá uma legislação mais rigorosa para o controle da venda de armas nos EUA. “Assumo que nossas expressões de dor e nosso compromisso de fazer algo diferente para evitar que aconteçam essas coisas não são palavras vazias. Acho que vamos ser capazes de conseguí-lo”, concluiu.