Só depois de uma semana após a passagem do tufão Haiyan, nas Filipinas, que a ajuda humanitária começa a chegar aos moradores das áreas mais atingidas, que tentam reconstruir seus lares reciclando os escombros deixados pelo desastre meteorológico.
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O atendimento médico também começou a ser mais efetivo neste sábado (16/11). Em um quadro geral, no entanto, a assistência continua precária devido à devastação quase completa de várias áreas na região central do arquipélago, em especial nas ilhas de Leyte, onde se encontra Tacloban, localidade que mais sofreu com o tufão, e Samar.
As ruas da cidade começam a recuperar certa atividade com a instalação de pequenos postos improvisados de comida, nos quais se vendem frutas ou carne.
Além disso, as equipes de emergência seguem retirando os corpos das ruas e já limparam os escombros de várias estradas, o que facilita a chegada das provisões aos desabrigados
Distribuição de alimentos
Enquanto os moradores de Tacloban tentam voltar à normalidade, autoridades e voluntários da região trabalham 24 horas do dia para dividir os alimentos que já chegaram e distribui-los entre as vítimas o mais rápido possível.
Joel Espejo, um funcionário do Ministério de Bem-Estar Social e Desenvolvimento das Filipinas, deslocado em Tacloban, uma equipe de voluntários trabalha em turnos de 12 horas para organizar a distribuição dos alimentos, que dividem em pacotes familiares que contêm arroz, produtos enlatados e água.
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“Estamos distribuindo comida continuamente e não vamos parar enquanto tenhamos alimentos no estoque”, afirmou Espejo.
Segundo a fonte, o país conta atualmente com 872 toneladas métricas de arroz e 290 de alimentos enlatados que chegaram de distintas ONGs e doações.
O Ocha (Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU) assegura em seus últimos dados que 170 mil pessoas já receberam 34 mil pacotes de alimentos na província de Leyte, onde está Tacloban.
Além disso, acrescentou que 150 mil pessoas têm agora acesso à água em 28 mil pontos de distribuição em Tacloban e que, na província, mais da metade dos municípios já contavam com rede telefônica
Voluntariado
Mais de 100 pessoas trabalham na empreitada para preparar os pacotes familiares e há oito caminhões para distribuir ajuda aos chefes de distrito de Tacloban, que depois os repartem entre as famílias de sua região.
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Edward Ty, outro membro do Ministério de Bem-Estar Social e Desenvolvimento, destacou que os voluntários são moradores da região e que também eles recebem um pacote de ajuda como compensação por seu trabalho.
Embora tenha destacado que o trabalho é cada vez mais intenso, Ty admitiu que pela noite se freia em grande medida, já que os moradores têm medo de sair à rua devido à situação de insegurança que assola a cidade de Tacloban.
Falta de estrutura
ONGs como Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras asseguram que terão suas instalações médicas prontas nos próximos dias, já que só um dos hospitais de Tacloban está operacional.
Na porta de um dos principais hospitais de Tacloban, o Bethany Hospital, um enorme cartaz escrito “fechado” indica que o lugar, que ficou completamente arrasado, não está funcionando, por isso a assistência médica na cidade é muito limitada.
No aeroporto Daniel Romualdez, de acesso limitado, se formam longas filas de pessoas à espera de atendimento em um centro médico improvisado, enquanto fuzileiros navais dos EUA tentam ajudar atendendo algumas pessoas na pista.
As equipes de emergência sofrem para retirar os corpos das ruas das ilhas de Leyte e Samar, onde já removeram os escombros de várias estradas, o que facilita a chegada das provisões aos afetados.
Haiyan, com ventos de até 315 km/h, foi o tufão mais forte registrado e o terceiro desastre mais mortífero na história recente das Filipinas.
As agências internacionais expressaram sua preocupação com as crianças afetadas pelo desastre natural, cerca de dois milhões, enquanto o número de mortos chegou a aproximadamente 4.400 pessoas, segundo a ONU.
(*) com agências de nitícias internacionais