A Unasul (União de Nações Sul-Americanas) criticou neste domingo (06/03) a decisão dos Estados Unidos de prorrogar por um ano a vigência de um decreto que declara “emergência nacional” sobre a Venezuela. Para o órgão, a medida é uma ingerência sobre a soberania venezuelana.
A Secretaria-Geral da Unasul, com sede permanente em Quito, afirmou em comunicado oficial que “rejeita a decisão de prorrogar a vigência do decreto”, aprovado em março do ano passado.
Agência Efe
Ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, afirmou que Venezuela fará revisão “integral” de sua relação com os EUA
Na avaliação da Unasul, o decreto do governo norte-americano “constitui uma ameaça intervencionista à soberania e ao princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados”.
“Dita medida desconhece, além disso, a reafirmação da institucionalidade democrática da Venezuela, produzida na eleição da Assembleia Legislativa no último dia 6 de dezembro de 2015”, acrescenta o comunicado, lembrando que uma missão da Unasul acompanhou o pleito.
“A Unasul reitera o pedido que tem sido feito para o estabelecimento de um diálogo institucional na Venezuela que permita aos venezuelanos conciliarem e superarem suas diferenças sem nenhum tipo de intervenção ou pressão estrangeiras”.
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Na última quinta-feira (03/03), o presidente dos EUA, Barack Obama, renovou a ordem executiva que declara “emergência nacional” sobre o país sul-americano e autoriza, portanto, o Departamento do Tesouro a impor sanções contra aqueles que “cometerem ações ou políticas que solapam processos ou que violam direitos humanos durante protestos na Venezuela”.
Obama alegou que a Venezuela segue sofrendo com “a perseguição dos opositores políticos, a restrição da liberdade de imprensa, o uso da violência e de violações aos direitos humanos”.
A medida foi renovada um dia após o Tribunal Supremo de Justiça limitar os poderes de fiscalização da Assembleia Nacional, cujo presidente, Henry Ramos Allup, é o líder da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Na ocasião, a ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, considerou a prorrogação do decreto como uma “agressão” e alertou que acionará as instâncias internacionais sobre o caso e que o país fará uma revisão 'integral' de sua relação com os EUA.
Ela ainda destacou que a medida “incita os setores antidemocráticos e violentos da oposição venezuelana a atacar a institucionalidade e as autoridades legítimas e constitucionais do país”.
*com Agência Efe