A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) pediu nesta terça-feira (07/06) que a oposição ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela volte a participar das reuniões de negociação entre as duas partes promovidas pela entidade, que buscam alcançar uma solução para a crise política do país.
Em comunicado, a Unasul afirmou que os representantes da oposição, agregados em torno da coalizão de partidos MUD (Mesa de Unidade Democrática), não compareceram ao encontro que estava agendado para esta terça, tendo solicitado um adiamento da reunião.
Agência Efe
Segundo nota da Unasul, governo da Venezuela mostra “vontade” do governo de Maduro de seguir com as negociações
Na nota, a entidade pede que a oposição “se reincorpore ao diálogo o mais cedo possível”, a fim de “continuar no único caminho que permitirá reafirmar a paz, a convivência e o diálogo como mecanismos de entendimento entre os venezuelanos”.
A Unasul realiza desde o fim de maio, na República Dominicana, reuniões em separado com membros do governo e da oposição em busca de um acordo entre as partes. Os diálogos são mediados por José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha, Leonel Fernández, ex-presidente da República Dominicana, e Martín Torrijos, ex-presidente do Panamá.
COMUNICADO DE LA SECRETARIA GENERAL DE #UNASUR. Detalles: https://t.co/Pr22Lm62F0 pic.twitter.com/09GtEM8Foq
— UNASUR (@unasur) 7 de junho de 2016
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Maduro se encontra em meio a uma ofensiva da oposição venezuelana e de alguns atores internacionais para que realize o referendo revogatório de seu mandato ainda este ano. Na votação, um dispositivo constitucional venezuelano, a população decidiria se ele continua ou não como presidente do país.
A previsão, por parte da oposição dentro e fora da Venezuela, é de que Maduro sairia derrotado. Neste caso, se o referendo for realizado ainda este ano, novas eleições serão convocadas; caso o referendo seja realizado no ano que vem, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz Almeida, do PSUV, mesmo partido de Maduro, assumiria – o que a oposição quer evitar que aconteça.
No comunicado, a Unasul afirma que existe “vontade” do governo de Maduro de seguir com as negociações e reafirma o desejo da entidade e dos mediadores de “apoiar a Venezuela para gerar as condições que permitam chegar a um diálogo nacional”.
No dia 1º deste mês, o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou, por consenso, um documento de apoio ao processo de diálogo na Venezuela encabeçado pela Unasul, um dia após a decisão do secretário-geral do organismo, Luis Almagro, de invocar a Carta Democrática para o país.