A UE (União Europeia) adicionou nesta segunda-feira (02/06) o grupo radical islâmico da Nigéria Boko Haram à lista de indivíduos e grupos sujeitos a sanções financeiras e a embargo de armas. A decisão vem depois de a ONU declarar a entidade como uma organização terrorista há duas semanas. O Conselho Europeu também acrescentou à lista o grupo sírio Frente Al-Nosra.
Efe
População iniciou movimento sob slogan “bring back our girls” (“tragam nossas meninas de volta”) após sequestro
Com a medida, o Boko Haram é agora alvo das mesmas sanções válidas contra a Al-Qaeda. Segundo a AFP, tanto o movimento nigeriano, quanto o sírio Al-Nosra, têm ligações com o grupo criado por Osama bin Laden e agora assumido pelo egípcio Ayman al-Zwahiri.
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No dia 15 de maio, durante uma audiência no Senado norte-americano sobre a atual situação no país africano, os EUA declararam que não haviam classificado o Boko Haram como organização terrorista até novembro passado, porque o governo nigeriano era “reticente” a fazer isso.
Representante do escritório para Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano, Robert Jackson explicou que o Boko Haram “cumpria com todos os requisitos” para ser designado como terrorista, mas o governo da Nigéria temia que a designação pudesse ser “contraproducente” ao considerar que “atrairia mais atenção” para a organização.
O Boko Haram ganhou notoriedade internacional após o sequestro de mais de 200 meninas no dia 14 de abril em um internato na cidade de Chibok. O grupo atua principalmente no nordeste da Nigéria, onde o estado de emergência foi prorrogado por mais seis meses pela terceira vez consecutiva. Quase diariamente, o grupo extremista islâmico realiza alguma ação terrorista no país.
No domingo (01/06), dois ataques deixaram vítimas fatais nesta região do país. Na cidade de Mubi, dezenas de pessoas que assistiam a um jogo de futebol na televisão em um movimentado bar morreram com a explosão de uma bomba. Já na cidade de Attangara, 12 pessoas morreram após uma ofensiva de membros do Boko Haram contra uma igreja.