O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse nesta quinta-feira (08/05) que os países do bloco não irão renegociar o pacto fiscal do continente após François Hollande assumir a Presidência da França, em 15 de maio. Barroso defendeu um novo “pacto político” para incentivar o crescimento sem afetar as “reformas estruturais” para a redução da dívida pública dos países membros.
O acordo assinado por 25 dos 27 países membros da UE estava em fase de ratificação, mas agora está ameaçado, uma vez que Hollande já anunciou que não concorda com os termos do plano de estabilização, que prevê o corte de gastos públicos e aumento de impostos. A revisão do pacto enfrenta principalmente a oposição da Alemanha de Angela Merkel.
Efe
Durão Barroso rejeitou a revisão dos acordos de empréstimo à Grécia
Segundo o presidente do órgão executivo da UE, as políticas de estabilização não são incompatíveis com o crescimento e a geração de empregos, mas as medidas adotadas para isso não serão financiadas por um novo endividamento, nem à custa de inflação.
Em um debate na TV alemã, Durão Barroso também rejeitou a possibilidade de revisão do acordo de ajuda financeira à Grécia. “Temos que respeitar a democracia na Grécia, mas também a democracia nos outros 16 Estados-membros (da zona do euro), que se comprometeram e agora não estão dispostos a mudar esse compromisso”, disse o presidente do órgão executivo da UE.
As recentes eleições na França e na Grécia derrubaram governos defensores de medidas de austeridade fiscal para equilibrar as contas públicas, mesmo que a custa do aumento do desemprego e do corte de benefícios sociais. No caso da Grécia, a formação de um novo governo ainda é incerta, pois nenhum partido alcançou um número suficiente de deputados para conseguir maioria, e rivalidades políticas impedem um governo de coalizão.
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Principal vencedora da votação do último domingo, a frente de esquerda Syriza, recebeu nesta terça-feira da Presidência da República a incumbência de buscar uma coalizão de governo, mas a aritmética parlamentar não o favorece. O grupo é contra o plano de ajuda imposto pela União Europeia.
O novo Parlamento, de 300 cadeiras, está dominado, em ordem decrescente, pelos partidos Nova Democracia (108 deputados, 50 de graça por ser a legenda mais votada), Syriza (52), social-democrata Pasok (41), nacionalista Gregos Independentes (33), Partido Comunista (26), neonazista Amanhecer Dourado (21) e centro-esquerda Dimar (19).
“Poderia ser mais fácil a formação de um governo de esquerda se a lei eleitoral não oferecesse um presente de 50 cadeiras ao primeiro partido”, disse Alexis Tsipras, líder do Syriza. Ele já avisou que utilizará o prazo máximo de três dias que tem por lei para buscar alianças, ao contrário dos conservadores da Nova Democracia (ND), que nesta segunda-feira demoraram pouco mais de cinco horas para anunciar o fracasso em sua tentativa de formar um governo de união nacional.