A Assembleia Nacional venezuelana suspendeu, nesta quinta-feira (25/02), as discussões que seriam realizadas sobre a restituição de empresas expropriadas durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013). A suspensão ocorreu devido aos protestos realizados por militantes chavistas e opositores dentro do Parlamento.
Agência Efe
Povos indígenas participavam da sessão de hoje
“A Pátria não se vende. A Pátria se defende”, gritavam os apoiadores chavistas no interior do Parlamento que, diante do início das discussões, resolveram entoar o hino venezuelano. Em contrapartida, opositores reagiram. Diante das manifestações, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, pediu a retirada dos cidadãos e decidiu encerrar o debate.
“Como há um setor militante que se nega a permitir o normal funcionamento da sessão, lamentavelmente instigado e protegido por alguns membros desta Câmara, a junta diretiva decidiu suspender esta sessão”, afirmou Allup.
Os debates em torno do projeto de lei de “Ativação e Fortalecimento da Produção Nacional” foram remarcados para 1º de março, às 14h30 (16h de Brasília) e Allup estuda a possibilidade de não permitir a participação de cidadãos no interior da Assembleia.
As sessões do Parlamento venezuelano são públicas, o que permite que apoiadores do governo e opositores acompanhem as discussões, desde que devidamente convidados.
Agência Efe
Líder venezuelano ordenou que reservas minerais do país sejam certificadas para diminuir dependência do petróleo
Maduro
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, por sua vez, chamou o projeto de “vulgar” e acusou a oposição de querer “privatizar todas as empresas do Estado”.
“Os inimigos da Pátria pretendiam hoje impor uma lei vulgar, creio que é a mais vulgar apresentada até o dia de hoje”, disse. E aconselhou a leitura pública do projeto que, segundo ele, “pretende privatizar todas as empresas sociais, socialistas do Estado”.
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O mandatário ressaltou ainda que o Executivo está adiando a votação da lei porque sabe que ela originaria “uma rebelião legítima e constitucional da classe trabalhadora e das comunidades”.
Projeto
O projeto, proposto pela oposição, diz visar o “fomento da indústria local” e é apresentada como uma forma de resolver a crise de abastecimento que assola o país há anos. O governo, no entanto, acusa a medida de ser privatizadora.
A iniciativa inclui uma auditoria a quatro milhões de hectares de terra com vocação agrícola para determinar quais são produtivas e assegurar a propriedade privada. Também há o objetivo de restituir cerca de seis mil empresas.