O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Henry Ramos Allup, convocou nesta quarta-feira (26/10) uma marcha para o Palácio de Miraflores no dia 3 de novembro para entregar a declaração de abandono do cargo ao presidente Nicolás Maduro.
“Nós [povo da Venezuela] iremos pacificamente, democraticamente e constitucionalmente ao Palácio de Miraflores”, disse Allup à imprensa. Isto significará que a Assembleia passa a não reconhecer Maduro como presidente e vê o cargo como vago.
Divulgação/Prensa Presidencial
Oposição disse que irá declarar abandono de cargo de Maduro; presidente instalou Conselho de Defesa da Nação
Allup informou que, nas próximas, o Congresso — dominado pela oposição ao governo — irá declarar a responsabilidade política de Maduro e a ausência do cargo, apesar de o Tribunal Supremo de Justiça do país ter removido os poderes da Câmara em setembro e a ter deixado sem capacidade de decisão.
“Já nos ameaçaram e rodearam a Assembleia Nacional, inclusive é possível que invadam a sessão, como o fizeram no domingo passado (23/10), mas saibam que, se o fizerem, posso ordenar que a sessão ocorra em outro lugar. Que fique claro que vamos declarar a responsabilidade política de Maduro”, afirmou o presidente do Legislativo.
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“Estamos próximos da saída constitucional deste governo e não nos vão arrebatar nosso futuro porque este país quer um futuro. Como o governo insiste em negar isto e seu Tribunal [Supremo de Justiça] nos coloca à margem da Constituição, vamos declarar o abandono do cargo”, disse Allup.
Agência Efe
Milhares de pessoas se reuniram em Caracas para protestar contra mandatário venezuelano
Henrique Capriles, outro líder da oposição e governador do Estado de Miranda pela MUD (Mesa da Unidade Democrática), já havia dito que a AN poderia tomar tal medida no dia 3, porém havia estipulado como condição para tanto a recusa do CNE (Conselho Nacional Eleitoral) de retomar o processo do referendo revogatório do presidente, suspenso na última sexta-feira (21/10).
O secretário executivo da coalizão MUD, Jesús Chúo Torrealba, também convocou para sexta-feira (28/10) uma greve geral a todos os venezuelanos que se opõem ao presidente. Ele pediu que ninguém saia de casa na data.
Conselho de Defesa