“Essa nova legislatura deve revisar os projetos de recuperação econômica e atacar os especuladores. Isso deve ser a tarefa central da nova Assembleia Nacional que se elege hoje”. A declaração, dada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, neste domingo (06/12), após exercer seu direito ao voto, vai ao encontro de uma das principais preocupações dos cidadãos do país: a situação econômica e o desabastecimento de produtos básicos nos supermercados.
Em entrevista coletiva concedida à imprensa e transmitida para toda a Venezuela, Maduro voltou a ressaltar o alto grau de credibilidade do processo eleitoral do país e a disposição do governo de respeitar os resultados que sairão das urnas. “Infelizmente a oposição não tem a mesma ética. Até agora, nenhum porta-voz disse que vai reconhecer o resultado da eleição”, enfatizou.
Agência Efe
Maduro cumprimentou diversos apoiadores que o esperavam diante do centro eleitoral onde exerceu o voto
Nos últimos dias, líderes da opositora MUD (Mesa de Unidade Democrática) fizeram diversos chamados reiterando que, caso não vençam o pleito, isso será reflexo de uma fraude no processo eleitoral. Sobre a questão, Maduro foi enfático: “isso não pode ser. Se ganho, reconheço o resultado, se não ganho, desconheço? Que cultura política é essa”?
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O mandatário aproveitou o momento para destacar que “democracia não é só votar, é participar, opinar e fazer. Isso é uma democracia protagonista”. E pediu, reiteradas vezes, que os que ainda não haviam votado – a coletiva foi concedida às 14h30 horário local e o processo é garantido até as 18h.
Maduro reiterou que tão logo seja conhecido o resultado, vai convocar “um conjunto de reuniões de trabalho para estabelecer os pontos necessários para defender o desenvolvimento do país” e mencionou como prioridade a manutenção do programa de moradia e a universalização do ensino público. Ele também disse esperar que o Congresso “legisle para o povo, para a independência nacional, economia produtiva, que respeitem os Conselhos Comunais e que seja uma legislatura ativa”.
Com relação à polêmica criada em torno de uma declaração dada pelo mandatário durante a campanha eleitoral, de que, em caso de uma vitória da oposição, os chavistas, e ele mesmo, sairiam às ruas. Com relação à afirmação, que foi interpretada por muitos veículos internacionais como demonstração de não reconhecimento do resultado eleitoral, Maduro ironizou: “talvez eu tenha mesmo me equivocado. Não vamos às ruas porque não podemos ir onde sempre estivemos: nas ruas. Não temos medo das ruas, nem do povo”.
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