O segundo e último dia da greve geral que paralisou o Chile, nesta quinta-feira (25/08) foi marcado por confrontos entre trabalhadores e os carabineiros, polícia militarizada do Chile, célebre pela repressão desde a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Chile Debe Ser Distinto 25/8/2011 from ALAA ALSADI on Vimeo.
Um dos episódios mais marcantes ocorreu em frente a um grêmio sindical de carteiros, em Santiago. Os carabineiros estavam do outro lado da rua quando um deles se aproximou da porta do sindicato e lança uma bomba de gás lacrimogêneo. Em seguida, sai correndo e parte com o restante do grupo em um veículo blindado.
Segundos depois, várias pessoas, entre elas idosos e adolescentes, saem do edifício sentindo os efeitos do gás, como tosse, irritação nos olhos e ânsia.
Leia mais:
Primeiro dia de greve geral no Chile foi marcado por confrontos e prisões
Chile: tensão nas grandes alamedas, tensão na memória
Estudantes chilenos voltam às ruas e, em manifestação pacífica, desafiam o governo e o frio
Deputado da direita chilena discute via Twitter e deseja tortura de sociólogo
Anistia Internacional: é preciso 'pressão e punição' aos que reprimiram marcha no Chile
Nesta sexta-feira, o coronel Ricardo Solar, chefe do departamento de Comunicações Sociais dos carabineiros, se desculpou pelo incidente. Outro oficial, o coronel Victor Tapia, disse tratar-se de um caso isolado e informou que o policial foi desligado.
A greve geral faz parte de mais um capítulo da série de manifestações que eclodiram no país sul-americano há três meses. O movimento estudantil passou a reivindicar profundas reformas no sistema educacional, levando centenas de milhares de pessoas às ruas todas as semanas. Os protestos coincidem com a queda de avaliação da gestão do presidente Sebastián Piñera, com apenas 26 pontos, a mais baixa desde o início do período democrático.
Leia mais:
Adolescente é morto no Chile durante protestos contra governo
Razões da greve: chilenos se mobilizam contra pulverização sindical e por reformas gerais
Constituição da Era Pinochet dificulta fim da crise estudantil no Chile
Mesmo com confrontos, movimento estudantil mostra força e reúne 400 mil no Chile
Milhares de chilenos fazem protesto pacífico por melhor educação
Na madrugada desta sexta-feira, um adolescente de 16 anos foi morto durante os confrontos. A polícia chilena negou que algum oficial tenha sido responsável pela morte do jovem. O general Sergio Gajardo descartou a ideia de uma investigação interna neste momento. “Não temos dúvida sobre a inocência dos carabineiros no incidente”, informou o oficial à agência de notícias Ansa.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL