O site Wikileaks admitiu nesta quinta-feira (01/09) que perdeu o controle de uma série de telegramas da diplomacia norte-americana que estavam em sua posse e têm sido publicados diariamente desde o ano passado. Segundo o Wall Street Journal, ocorreu uma violação em seu sistema de segurança que resultou na divulgação de centenas de milhares de documentos sem edição – o que, na prática revela e coloca em perigo algumas fontes dos norte-americanos que teriam falado sob condição de anonimato.
O Wikileaks explica que a quebra na sua segurança foi o que motivou a organização a publicar os documentos na forma original, já que eles não estariam mais seguros.
Conversa
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, conversou por telefone, com o Cliff Johnson, conselheiro do Departamento de Estado dos EUA, a respeito das publicações dos últimos telegramas. Segundo editorial do próprio site, Assange em contato com o Departamento de Estado
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Segundo o editorial, Assange teria pedido um encontro pessoal porque “não seria seguro” passar algumas informações por telefone. O pedido teria sido negado.
Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado, em visita a Paris, classificou como irresponsável e perigosa as contínuas publicações dos despachos das embaixadas norte-americanas. “Expusemos claramente nossos pontos de vista e preocupações sobre a divulgação ilegal de informação secreta e o risco continuado causado por estas divulgações para alguns indivíduos e a segurança nacional”, declarou Victoria.
Entre as pessoas que poderiam correr risco com as novas revelações estão um funcionário das Nações Unidas na África e um ativista de direitos humanos estrangeiro no Camboja.
Troca de tiros
O Wikileaks acusa o jornal inglês The Guardian e o seu editor, David Licher, de terem tornando pública uma das senhas do site e também de omitirem informações em alguns documentos. Isso porque o livro Wikileaks: Inside Julian Assange's War on Secrecy, escrito por Licher, teria revelado a senha que libera um arquivo criptografado onde estavam os telegramas não editados.
Em sua defesa, o Guardian afirmou que o livro, publicado há sete meses, “continha uma senha, mas não a localização dos arquivos.
O Wikileaks também critica o livro por acusar o cabo Bradley Manning, atualmente preso nos EUA, ter ser a fonte dos telegramas entregues a organização.
Nesta quinta-feira (01/09) Assange participou, de Londres, de uma videoconferência no InfoTrends, realizado em São Paulo. Além de ter defendido seu site afirmando que ele “nunca colocou vidas em risco”, voltou a acusar o diário inglês de ocultar cerca de dois terços do conteúdo dos documentos que teriam sido passados a ele e escondido informações a respeito de casos de corrupção na Bulgária.
Votação
O Wikileaks lançou nesta quinta-feira (01/09), pelo seu twitter, uma enquete no seu site perguntando se deveria ou não ocultar a identidades das fontes nas próximas publicações. Segundo os responsáveis, a votação está “favorável a mais de 100 para 1” pela divulgação integral das mensagens. O perfil conta com mais um milhão de seguidores.
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