Desde a queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, ocorrida no dia 11 de fevereiro, o país tem sido comandado por uma junta militar cujo principal líder é o marechal Mohamed Tantawi. Um documento divulgado pelo Wikileaks revelou que o militar egípcio não via com bons olhos a hipótese de o exército controlar politicamente um pais.
Esse documento, de dezembro de 2009, é o relatório de uma conversa envolvendo o marechal e a embaixadora Margaret Scobey, e trata também sobre a parceria militares e questões relacionadas ao combate do terrorismo envolvendo Estados Unidos e Egito.
“Qualquer país onde os militares estejam envolvidos nos assuntos internos acaba enfrentando muitos problemas […]. Os países deverão indicar claramente os direitos dos militares em sua Constituição e os militares não devem se desviar das responsabilidades definidas”, diz Tantawi no despacho.
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Atualmente, o país tem justamente Tantawi no comando do governo de transição. As eleições presidências no Egito estão previstas para ocorrerem no mês de Setembro de 2011.
O documento também avalia a colaboração entre os dois países no combate e controle de contrabando realizado no Canal de Suez e da parceria egípcia feita com Israel para vigiar as fronteiras dos dois países.
Apesar do governo de Mubarak ser considerado como um importante aliado tanto dos Estados Unidos quanto de Israel no Oriente Médio, uma outra mensagem, de março de 2009, revela que esse apoio tem um custo financeiro para os Estados Unidos que ultrapassa a casa dos bilhões de dólares.
“O presidente Mubarak e líderes militares vêem o nosso programa de assistência militar, como a pedra angular do nosso relacionamento e consideram os 1,3 bilhão anuais [valor pago anualmente pelos EUA às Forças Armadas egípcias] na como uma “compensação intocável” para fazer e manter paz com Israel”, disse a embaixada.
O documento explica que o “programa de assistência militar” traz benefícios “muito claros” aos Estados Unidos: os direitos de usar o espaço aéreo egípcio e de prioridade nos acessos ao Canal de Suez, a manutenção de paz entre o país árabe e Israel.
A embaixada considera entanto, que a cooperação poderia melhorar, especialmente no combate conjunto ao terrorismo na região e na segurança das fronteiras.
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