O Vaticano expressou a diplomatas norte-americanos sua preocupação em que a situação econômica e a tensão política em Cuba pudessem acabar em um “banho de sangue” e insistiu no fim do embargo à ilha, revelou o site WikiLeaks.
A posição da Santa Sé foi apresentada pelo monsenhor Angelo Accatino em reunião com a chefe da missão norte-americana, Julieta Valls, segundo revelam os telegramas diplomáticos publicados na sexta-feira (10/12) pelo jornal dos Estados Unidos The New York Times e pelo espanhol El País.
Leia mais:
WikiLeaks: Para diplomatas, Cuba pode quebrar em 2011
Por dentro do Wikileaks 2: muito além do furo
Lula presta solidariedade a criador do Wikileaks
Fundador do Wikileaks se entrega à polícia britânica
Wikileaks, vazamentos e uma nova diplomacia mundial
Hackers pró-Wikileaks prometem continuar com ataques na web
Accatino disse que é necessário, “mesmo que seja desagradável, dialogar com as autoridades da ilha”, e considerou que os “Estados Unidos não devem ser reféns de sua política interna”, em referência à manutenção do “contraproducente embargo” que já leva 50 anos.
Quanto à situação na região, Accatino aponta que o novo Fidel Castro da América Latina não é seu sucessor, seu irmão Raúl, mas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, já que “tem as receitas do petróleo para financiar a revolução bolivariana”.
O prelado pede que os Estados Unidos “evitem ações unilaterais contra Cuba” porque, segundo sua opinião, podem ser utilizadas pelos irmãos Castro e por Hugo Chávez como arma política.
Por outra parte, Accatino considera “injustificada” a medida tomada pelos EUA para incluir os cubanos entre os visitantes que devem ser submetidos a uma vigilância especial.
“Embora Cuba seja um Estado que promove o terrorismo, não representa uma ameaça real para os Estados Unidos”, disse Accatino na reunião, segundo o telegrama diplomático.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL