O ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, repudiou nesta quinta-feira (08/09) o assassinato de Mahadeo Roopchand Sadloo, ativista da FNRP (Frente Nacional de Resistência Popular). Sadloo, mais conhecido como Emo, era um dos mais próximos colaboradores de Zelaya. Ele foi morto a tiros na quarta-feira (07/09) por um suposto matador de aluguel e, segundo relatos de parentes, chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Zelaya disse, em declarações à emissora hondurenha Radio Globo, que irá se reunir com dirigentes do movimento social para decidir sobre ações de protesto ao assassinato. “Nós repudiamos de uma forma muito enérgica e com muita indignação este crime”, disse.
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Ele afirmou acreditar que a morte do companheiro tenha sido encomendada e seja “um atentado direto” contra seu agrupamento político. “Nos sentimos agredidos com este crime contra Emo, nosso grande amigo que deixou de existir, mas pelo qual iremos chorar para sempre.”
Segundo Zelaya, diante destes “golpes baixos” que sua legenda vem recebendo, não é possível para seus companheiros fazer nada além de se pronunciar e pedir ao Estado o esclarecimento destas atitudes e o fim desta “avalanche de crimes”.
O ex-presidente ainda recordou que Sadloo acompanhou-o durante o período de quase quatro meses em que permaneceu refugiado na Embaixada do Brasil em Honduras no final de 2009. “Ali tive a oportunidade de conhecer bem Emo, ele era uma pessoa nobre, dedicada e muito corajosa” disse Zelaya. O ex-presidente classificou o companheiro morto como “mais hondurenho do que muitos hondurenhos”.
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Sadloo, naturalizado hondurenho, era de origem indiana e chegou a ser ameaçado durante a gestão do ex-presidente de facto Roberto Micheletti (2009-2010) de ser deportado e de ter sua nacionalidade suspensa por conta de suas participações nas manifestações de resistência contra o golpe.
A esposa de Zelaya, Xiomara Castro, por sua vez, disse que o ativista morto era um “símbolo”, um “baluarte” da Resistência. “Foi uma pessoa que acompanhou Mel [Manuel Zelaya] em todas as suas visitas e esteve permanentemente ao seu lado, desta forma, isto não é um crime comum, é um crime político e uma perseguição contra a Frente de Resistência”.
O atual presidente de Honduras, Porfírio Lobo, disse em uma coletiva de imprensa na sede do governo, que uma investigação irá determinar se o assassinato teve motivos políticos.
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