Atualizada às 8:21 de 02/02/2016
A OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou nesta segunda-feira (01/02) que o surto de microcefalia em bebês no Brasil, relacionado ao vírus zika, é uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”.
Com a nova designação, o órgão estabelece prioridade para fornecer ajuda aos casos registrados e também para pesquisas com o objetivo de estabelecer se o zika é de fato o causador da microcefalia, o que ainda não está comprovado, além de redobrar os esforços para evitar que mulheres grávidas sejam infectadas e impedir que o vírus se espalhe.
EFE
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, recomendou que mulheres grávidas evitem países afetados pelo vírus zika
“Após revisar as evidências, o comitê aconselhou que a incidência de microcefalia e outras complicações neurológicas se trata de um caso extraordinário e é uma ameaça à saúde pública”, disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS, em pronunciamento à imprensa. Ela afirmou que não há razões para que sejam implementadas restrições em voos internacionais, embora o combate internacional ao mosquito seja urgente.
O comitê que sugeriu a nova designação foi convocado na última quinta-feira (28/01), mesmo dia em que um especialista da OMS afirmou que deverão ser registrados 4 milhões de casos do vírus nas Américas, sem especificar um período de tempo.
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Segundo Chan, a relação entre o zika e casos de má-formação fetal “ainda não foi comprovada cientificamente”, embora o órgão trabalhe com essa hipótese. Chan também recomendou que mulheres grávidas tomem medidas de proteção, como o uso de repelente, calças e camisas de mangas compridas, e que considerem adiar viagens para os países mais afetados pelo vírus.
Agência Efe
Gestantes em hospital em Cúcuta, Colômbia: país tem mais de 1.900 mulheres grávidas com o zika e é o 2o mais afetado após Brasil
O Brasil é o país mais afetado pelo zika. Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff enviou uma medida provisória ao Congresso Nacional que permite que as autoridades de saúde entrem em residências e estabelecimentos privados ou públicos que sejam suspeitos de possuir focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus, mesmo sem a autorização dos proprietários.
Desde maio do ano passado, mais de 4.000 casos de suspeita de microcefalia foram registrados no país, dos quais 86% ocorreram na região Nordeste. O Ministério da Saúde brasileiro declarou oficialmente em novembro que a microcefalia em bebês está ligada ao zika.