O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou nesta quarta-feira (30/10) que o país não sediará mais a reunião de cúpula Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) e a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019 (COP-25) em decorrência da onda de protestos.
“Nosso governo, com muito pesar, decidiu não realizar a cúpula da Apec em novembro, nem a cúpula da COP25. Sentimos e lamentamos profundamente os problemas e inconvenientes que essa decisão significará para a Apec e a COP”, disse.
A decisão de Piñera foi tomada em meio à crise social que assola o país, palco de uma série de protestos deflagrados após o anúncio do aumento de tarifas das passagens de metrô de Santiago. Mesmo com a revogação, as manifestações foram mantidas e a repressão policial já provocou a medida de 20 pessoas.
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O encontro comercial seria realizado nos próximos dias 16 e 17 de novembro. Já o evento para debater as mudanças climáticas e encontrar soluções para reduzir a emissão dos gases de efeito estufa estava agendado para ocorrer entre os dias 2 e 13 de dezembro, em Santiago, na capital do país.
Ministério da Agricultura do Chile
Piñera cancelou realização da Apec e da COP-25
A expectativa era de que 20 líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o mandatário chinês, Xi Jinping, comparecessem nos compromissos.
Organizações e movimentos sociais anunciaram, para esta quarta, uma nova greve geral no Chile.
Manifestações
Milhares de chilenos foram às ruas de diversas cidade do país na terça-feira (29/10) no 9º dia consecutivo de protestos contra o governo do presidente Sebastián Piñera.
Segundo a prefeitura da Região Metropolitana chilena, por volta das 19h havia mais de 10 mil pessoas na Plaza Baquedano. Ainda foram registrados diversos focos de incêndio em Santiago. O Corpo de bombeiros da cidade atendeu ocorrências nas regiões de Santa Lucia e Agustinas.
A concentração de manifestantes na Plaza Italia, ponto de encontro tradicional das manifestações, começou às 17h. Por sua vez, o Metrô da capital fechou quatro estações da linha 1/vermelha – a principal da cidade – por conta das marchas que tomavam as ruas do entorno. O Metrô ainda anunciou que para esta quarta-feira (30/10), as operações começarão às 7h da manhã e irão até às 20h, três horas mais cedo do que o habitual.
(*) Com Ansa