O grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS) assumiu nesta quinta-feira (04/01) a responsabilidade pelas duas explosões registradas na véspera, no Irã, e que mataram pelo menos 84 pessoas, segundo as informações oficiais mais recentes. Anteriormente, a imprensa estatal iraniana chegou a noticiar 103 mortes, mas o número foi corrigido.
As explosões foram registradas na quarta-feira (03/01), na cidade iraniana de Kerman, onde acontecia uma peregrinação em homenagem ao general Qassim Soleimani, morto em janeiro de 2020 em operação militar dos Estados Unidos.
De acordo com a agência de notícias estatal iraniana Irna, além das 84 mortes confirmadas, 284 pessoas ficaram feridas. O veículo de imprensa informou ainda que imagens de câmeras de segurança mostraram que a primeira explosão foi causada por um homem-bomba. A forma como a segunda bomba explodiu ainda não foi confirmada.
Soleimani, que estava sendo homenageado em grande ato no momento dos ataques, era uma figura política extremamente importante no Irã e no combate ao ISIS, ocupava o posto de “número dois” da estrutura política do país, atrás apenas do aiatolá Ali Khamenei, quando foi morto.
Jacobin Magazine
Membros leais ao ISIS agitam sua bandeira durante um desfile em junho de 2014
No Telegram, o Estado Islâmico disse que dois dos seus membros “ativaram os seus coletes explosivos” entre a multidão que homenageava Soleimani no aniversário da sua morte que ocorreu em ataque aéreo direcionado pelos Estados Unidos em Bagdá, há quatro anos.
Soleimani, que chefiou o braço de operações da Força Quds, era inimigo declarado do grupo terrorista. No Irã, bem como no exterior, o ex-general também ganhou prestígio devido a seu papel central na derrota do Estado Islâmico.
Ele foi um dos principais arquitetos da derrota dos terroristas do Estado Islâmico. No Iraque, ficou conhecido pela presença frequente em campos de batalha. Por essas razões, Soleimani se converteu em um dos personagens mais importantes da região e, portanto, um alvo preferencial, mesmo após a morte.
(*) Com Brasil de Fato.