Aeroportos paralisados, milhares de pessoas sem eletricidade e caos nas ruas e estradas são alguns dos problemas provocados pela tempestade de neve que atingiu a costa leste dos Estados Unidos. As temperaturas devem chegar aos 37 graus negativos em algumas localidades, segundo o Serviço Meteorológico Nacional.
A cidade de Nova York e seus arredores tiveram nesta quinta-feira (04/01) a tempestade de neve mais intensa da temporada, com vastas áreas da região em estado de emergência e os aeroportos JFK e LaGuardia com operações suspensas.
Mesmo que nenhuma vítima fatal tenha sido relatada em Nova York e seus arredores, em outras partes do país afetadas com menos intensidade, as autoridades registraram a morte de seis pessoas. No estado da Carolina do Norte aconteceram três mortes, na Carolina do Sul outra e em Virgínia, duas pessoas morreram.
picture-alliance/dpa//Zumapress/M. Brochstein
Nova York e arredores tiveram a tempestade de neve mais intensa da temporada
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Duas das mortes na Carolina do Norte ocorreram quando uma caminhonete derrapou na estrada e caiu num barranco. Em Virgínia, um homem e uma jovem morreram atropelados.
Segundo a emissora NBC, ao menos 20 pessoas teriam morrido no país devido ao frio desde 26 de dezembro.
Estado de emergência
Nesta quinta-feira, Nova York estava mergulhada num denso nevoeiro, com as camadas de neve de até 20 centímetros nas ruas de Manhattan. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, decretou estado de emergência e pediu que as pessoas evitassem sair de casa. Enquanto turistas e crianças faziam batalhas de neve na Times Square, muitos decidiram trabalhar a partir de casa.
O metrô da cidade, que diariamente transporta seis milhões de pessoas, ficou aberto, mas com alguns atrasos, da mesma forma que as linhas de trens.
Raros pedestres desafiaram o frio e o vento – cujas rajadas chegavam a 80 quilômetros por hora – para atravessar a pé a ponte do Brooklyn, enquanto os carros circulavam em velocidade lenta e motoristas se esforçavam para tirar a neve dos seus veículos.
Os aeroportos J. F. Kennedy e La Guardia foram fechados no início da tarde, apesar de os terminais estarem abertos para acolher os passageiros retidos.
Os aeroportos de Newark, no estado de Nova Jersey, e o de Boston, tiveram mais de 75% dos voos cancelados.
Além dos problemas nas estradas, também vários trens da companhia nacional Amtrak estiveram atrasados ou tiveram viagem cancelada no nordeste do país.
Em Nova York, Boston, Filadélfia e Washington, as escolas permaneceram fechadas.
Algumas regiões do sudeste americano, habitualmente poupadas pela neve, também foram atingidas pela tempestade.
E nos estados da Carolina do Norte e Virgínia, mais de 30 mil pessoas ficaram sem eletricidade no início da tarde, segundo a CNN. Em Nova York foram três mil, segundo Cuomo, e dez mil em Boston, no estado de Massachusetts.
Inundação gelada em Boston
Ainda em Massachusetts, estado costeiro, habituado a invernos rigorosos, a tempestade esteve acompanhada de ondas gigantes, segundo o Serviço Meteorológico Nacional. As ondas provocaram inundações em alguns quarteirões de Boston, registradas por emissoras locais. Imagens de TV mostraram blocos de gelo boiando nas ruas da cidade.
Várias autoridades locais mobilizaram meios suplementares, declarando estado de emergência.
Chamada de “bomba meteorológica” pela mídia americana, devido à queda particularmente rápida da temperatura, a tempestade pode trazer uma nova onda de frio nos próximos dias.
Depois de uma leve subida de temperatura na quarta-feira, o mercúrio dos termômetros recomeçou a cair. Depois de 5 graus centígrados negativos durante o dia de quinta-feira, a temperatura se aproximou dos 13 graus centígrados negativos na madrugada de quinta para sexta-feira em Nova York e deve permanecer glacial até ao final de semana em todo o nordeste dos Estados Unidos.
MD/efe/lusa