A Justiça da Espanha examinará a suposta inatividade e desobediência da polícia regional da Catalunha diante das instruções judiciais que ordenavam a corporação a fechar as seções de votação durante a realização do referendo de independência da região, considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional.
Até agora, 17 tribunais catalães, que estavam de plantão no dia da votação, abriram diligências contra o corpo da polícia autônoma da Catalunha, a Mossos d'Esquadra, por desobediência na hora de evitar a votação na consulta separatista, segundo informações do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
Além disso, algumas dessas cortes instruem outros casos relacionados com a votação do referendo, entre eles sete por lesões causadas pela intervenção policial nas seções de votação, seis por revelação de sigilo devido à utilização de seus dados para o censo e dois por votação ilegal.
Paralelamente, a Justiça ordenou investigar, por delitos de lesões, a intervenção da Polícia Nacional em 23 seções eleitorais de Barcelona, onde 130 pessoas teriam ficado feridas, para determinar se os agentes agiram com “proporcionalidade” e se tal atuação afetou a “convivência”.
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O Ministério Público espanhol tinha se posicionado contra a abertura de um caso global sobre a ação policial, e tinha reduzido a investigação ao ocorrido em um dos locais de Barcelona, considerando que os incidentes não afetaram a convivência.
O juiz, por sua vez, descartou a existência de uma “violência generalizada” na atuação da Polícia Nacional, “já que não afetou a maioria dos centros de votação”, mas considera que esse elemento “não pode ser utilizado para minimizar a gravidade de alguns fatos concretos e determinados”.
Agência Efe
Chefe da Mossos d'Esquadra, Josep Lluis Trapero, após prestar depoimento no tribunal
As forças de segurança espanholas enviadas para a Catalunha desde a realização do referendo permanecerão ali, pelo menos, até o dia 18 deste mês, segundo a ordem da Direção Adjunta Operacional da corporação, da qual a Efe teve acesso.
Os agentes da Polícia Nacional e da Guarda Civil foram alocados em diferentes quarteis da região e de províncias vizinhas, após terem sido intimidados e pressionados nesta semana por grupos independentistas para que deixassem a Catalunha.