A pesquisa A economia na era de Milei, indica que 70% das pessoas consultadas “afirmam não saber o que mais ajustar para chegar ao fim do mês”, enquanto “53% têm medo de perder o emprego”.
A pesquisa feita pela Zuban, Córdoba e Associados, realizada entre 7 e 9 de março, ouviu a opinião de cerca de 1, 5mil pessoas com mais de 16 anos, com margem de erro de 2,53% para mais ou menos e um nível de confiança de 95%.
Dentre os entrevistados, 58% acreditam que “tanto a situação do país” quanto a pessoal “vão piorar nos próximos meses, um pessimismo que, embora já estivesse em altos níveis no ano passado, agora se aprofundou a níveis alarmantes”, diz o relatório.
A consultoria apontou que “as saídas para comer fora, com o cinema e os shows, aparecem como as primeiras despesas que as pessoas começaram a cortar nos últimos meses. O lazer e a recreação são os primeiros a sofrerem uma crise econômica”.
Além disso, segundo a amostra, a maioria dos governadores, “que eram até agora o alvo escolhido” de Milei nos confrontos políticos, “têm nas suas províncias uma imagem mais positiva do que a do presidente”. Por isso seus habitantes esperam dos governadores oposição se o Executivo nacional “tentar cortar” recursos locais.
O consumo pessoal dos argentinos registra uma queda desde que Javier Milei tornou-se presidente da nação, a tal ponto que 69,8% dos 1.5 mil entrevistados pela consultoria Zuban Córdoba y Asociados afirma que “está pior” economicamente desde que o libertário assumiu em 10 de dezembro no ano passado.
A pesquisa mapeia decisões de consumo pessoal, como deixar de comer fora (26%), ir ao cinema ou a shows (17,4%), comprar roupas novas (11,1%), economizar (11%) e pedir comida por delivery (9,7%), entre outras.
Por outro lado, o relatório expõe que as pessoas entrevistadas afirmam gastar mais do que antes em serviços como internet e energia (70,3%); em transporte, 65,7%; comida diária, 60,3%; assinaturas, 45,2%; medicina pré-paga, 43,2%.
Entre os entrevistados que votaram em Milei, 58,5% disseram pagar mais em serviços; 49,1% em transporte; 46,4% em comida diária; 35,7% em assinaturas; e 31,2% em medicina pré-paga.
A pesquisa ouviu ainda a opinião dos argentinos sobre o fechamento da agência estatal de notícias do país, a Telám.
Seis em cada dez argentinos não concordam ou concordam pouco com o anúncio feito semanas atrás pelo presidente Javier Milei de fechar a agência de notícias Télam, cujas instalações estão cercadas pela polícia desde o dia 3 de março impedindo seus trabalhadores e trabalhadoras, de entrar.
Segundo a pesquisa também realizada pela consultoria Zuban, Córdoba e Associados e divulgada neste domingo (17/03), 52,8% das pessoas consultadas disseram estar “nada de acordo” com a medida anunciada por Milei. Enquanto isso, outros 4,4% se mostraram “pouco de acordo” com a decisão.
Assim, 57,2% tiveram opinião contrária em relação à medida anunciada pelo presidente, indicou a consultoria especializada em pesquisa de opinião pública e comunicação política.
Por outro lado, 37,7% dos entrevistados afirmaram estar “totalmente de acordo” com o fechamento da Télam, enquanto outros 4,2% estão “um pouco de acordo”. Os 0,9% restantes disseram não saber sobre o assunto.
(*) Tradução por Brasil de Fato