Desde que o Sudão do Sul se tornou o país mais jovem do mundo em 2011, cerca de 2,6 milhões dos 3,4 milhões de bebês nasceram em guerra, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
A diretora executiva do Unicef, Henrietta H. Fore, disse que “no momento em que o Sudão do Sul completa sete anos, uma guerra aparentemente interminável continua a devastar as vidas de milhões de crianças”.
Crianças
No início do ano, Fore visitou a capital do país, Juba, e as cidades de Ganiyel e Bentiu. Segundo ela, “as partes em guerra podem e devem fazer mais para trazer de volta a paz, porque as crianças do Sudão do Sul merecem mais”.
Conflito e subdesenvolvimento atormentam a área há décadas, deixando as crianças fora da escola, desnutridas e vulneráveis a doenças, abuso e exploração.
Embora 800 crianças tenham sido libertadas de grupos armados desde o começo do ano, estima-se que outras 19 mil continuem a servir como combatentes, carregadores e mensageiros e a sofrer abusos sexuais.
Crise
A percentagem de pessoas que não sabe de onde vem sua próxima refeição passou de 35% em 2014 para quase 60% este ano, com algumas áreas a apenas um passo da fome, especialmente durante a época de escassez.
As taxas de desnutrição estão em níveis críticos, com mais de um milhão de crianças desnutridas, incluindo 300 mil à beira da morte.
Uma em cada três escolas estão destruídas, ocupadas ou fechadas desde 2013. Como resultado, cerca de dois milhões de crianças estão sem educação, tornando o Sudão do Sul o país com a maior proporção de meninos e meninas fora da escola no mundo.
Ajuda humanitária
Segundo o Unicef, os esforços para ajudar estas pessoas têm sido prejudicados. Desde 2013, mais de 100 trabalhadores humanitários foram mortos, incluindo um motorista do Unicef na semana passada.
Um grande número de refugiados retornou quando o país conquistou a independência, mas desde o início da guerra em 2013 mais de 2,5 milhões de pessoas, incluindo mais de um milhão de crianças, procuraram segurança nos países vizinhos.
O Unicef acredita que a assinatura de um cessar-fogo permanente entre as duas partes principais no mês passado foi um passo positivo.
Fore afirmou que “agora contamos com a liderança e os comandantes para respeitá-lo e, ao mesmo tempo, garantir que os trabalhadores humanitários recebem acesso sem restrições aos necessitados”.
Publicada em ONU News
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