Atualizada em 10/03/2016, às 8h
Em 10 de março de 1959, milhares de tibetanos reúnem-se em revolta, cercando o palácio de verão do Dalai Lama no Tibet, em flagrante desafio às forças militares chinesas.
A ocupação do Tibet pela China havia começado cerca de uma década antes, em outubro de 1950, quando as tropas do Exército Popular de Libertação invadiram o país, apenas um ano depois que os comunistas liderados por Mao Tse Tung assumiram o controle total da China continental.
O governo tibetano cedeu à forte pressão de Pequim no ano seguinte, assinando um tratado que garantia poder para Sua Santidade o Dalai Lama, o líder espiritual do país, sobre os negócios domésticos do Tibet.
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Dezenas de milhares de tibetanos seguiram seu líder na Índia, onde o Dalai Lama há muito mantém um governo no exílio
A resistência à ocupação chinesa cresceu persistentemente nos anos que se seguiram, incluindo revoltas em diversas áreas do leste do Tibet em 1956. Por volta de dezembro de 1958, eclode uma rebelião em Lhasa, capital do país. O comando do EPL (Exército Popular de Libertação) ameaçou bombardear a cidade caso a ordem não fosse mantida.
Em março de 1959, um levante em Lhasa se desencadeava, sob pretexto que estava em curso uma conspiração que tinha por finalidade sequestrar o Dalai Lama e levá-lo a Pequim.
Quando os oficiais do EPL convidaram o Dalai Lama ao quartel-general para tomar um chá em meio a um cuidadoso cerimonial, foi-lhe dito que deveria comparecer sozinho, e que nenhum guarda-costas militar ou guarda pessoal tibetano deveria acompanhá-lo, pois seriam retidos nos limites da área militar.
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Em 10 de março, cerca de 300 mil tibetanos leais ao Dalai Lama cercaram o Palácio Norbulinka, a fim de evitar que ele cedesse ao convite dos militares chineses. Em 17 de março a artilharia chinesa iniciou uma investida contra o palácio obrigando o Dalai Lama a refugiar-se na vizinha Índia.
Combates tiveram início em Lhasa dois dias depois. Os rebeldes tibetanos, desesperançados e superados em número e em poder de fogo, foram facilmente derrotados. Na manhã de 21 de março, começaram a cercar o palácio, massacrando milhares de homens, mulheres e crianças que acampavam nas cercanias de Norbulinka.
No dia seguinte, o EPL esmagou o restante da resistência tibetana, executando os guardas do Dalai Lama, destruindo alguns dos grandes mosteiros de Lhasa, causando vítimas entre os habitantes das cercanias.
Apesar do apoio permanente das potências ocidentais a Dalai Lama, o domínio absoluto da China sobre o Tibet e a supressão de qualquer anseio separatista prosseguiu nas décadas subseqüentes ao fracassado levante.
Dezenas de milhares de tibetanos seguiram seu líder na Índia, onde o Dalai Lama há muito mantém um governo no exílio, no sopé da imensa cordilheira do Himalaia.
Também nesta data:
1876 – Graham Bell, inventor do telefone, faz a primeira ligação
1906 – Explode a mina de Courriéres, na França
1940 – Diplomata norte-americano visita Londres após negociar paz com Hitler
1952 – Fulgencio Batista lidera golpe de Estado em Cuba