Em 2 de novembro de 1968, as negociações de paz entre as partes envolvidas na Guerra do Vietnã, que haviam começado em abril, em Paris, estavam estancadas. A delegação do Vietnã do Sul não aceitava que a Frente de Libertação Nacional (o Vietcong) participasse das reuniões em pé de igualdade, sentando-se na mesa simetricamente aos Estados Unidos, representados pelo secretário de Estado Henry Kissinger.
A intransigência estava prestes a levar os esforços de paz a um fracasso. A solução para o impasse foi dada pelo general Le Duc Tho, negociador pelo Vietnã do Norte: que a reunião acontecesse em uma mesa circular.
As negociações para acabar com a Guerra do Vietnã avançaram com muita dificuldade. Os norte-vietnamitas acusavam os EUA de falar de paz em Paris enquanto intensificavam os ataques ao Norte e se propunham a enviar novos reforços militares.
Na época, o presidente norte-americano Lyndon Johnson começava a enfrentar sérios conflitos internos. Cerca de 25 mil pessoas participaram da primeira grande manifestação contra a guerra, em 1965, em Washington. Dois anos depois, 400 mil pacifistas saíram às ruas de Nova York, pedindo o fim do conflito em que os EUA haviam se envolvido.
Entre os soldados norte-americanos no Vietnã, crescia a insatisfação com a falta de perspectiva de um acordo entre Ho Chi Minh e Johnson, bem como a agonia com as crescentes baixas em suas fileiras e a incrível resistência dos vietnamitas. Como tanto os EUA quanto o Vietnã do Norte apostavam numa decisão militar, os negociadores em Paris não tinham pressa. Somente em 1972, Kissinger e Le Duc Tho chegaram a um acordo aceitável para os dois países.
Tho aprovou a continuidade do regime de Nguyen Van Thieu no Vietnã do Sul. Um conselho nacional para reconciliação e unidade, formado pelos governos de Saigon, pelo governo popular revolucionário e por grupos neutros, deveria preparar eleições gerais para o Vietnã do Sul.
Em contrapartida ao cessar-fogo imediato oferecido por Tho, os EUA deveriam encerrar todas as operações militares contra o Norte e retirar suas tropas do Sul num prazo de 60 dias.
Após sua reeleição, no final de 1972, Nixon quis dar uma nova demonstração de força, com ataques aéreos a Hanói e Haiphong. A opinião pública internacional reagiu indignada aos chamados “bombardeios de Natal”. Finalmente, a 27 de janeiro de 1973, Nixon anunciou o fim da Guerra do Vietnã.
O “acordo para o fim da guerra e o restabelecimento da paz”, assinado em janeiro de 1973 em Paris, não chegou a ser implementado. Mesmo assim, os EUA começaram a retirar as suas tropas e Hanói deu continuidade à guerra.
Na manhã de 29 de abril de 1975, o secretário John Schlesinger anunciou o fim daquela que foi a maior operação de resgate por helicópteros da História, e que ocorreu em meio a uma atmosfera de completo caos e medo, com multidões lutando desesperadamente por lugares limitados nas aeronaves americanas. Corria-se contra o relógio, enquanto os tanques do general Vo Nguyen Giap forçavam as entradas e as defesas nos subúrbios da cidade. Nas primeiras horas da manhã do dia 30, os últimos fuzileiros navais foram retirados da embaixada dos EUA. Era o efetivo fim da Guerra do Vietnã
O conflito deixou um saldo de 58 mil soldados mortos e 153 mil feridos do lado norte-americano, e de 1,5 milhão de mortos e 900 mil crianças órfãs do lado vietnamita. Os EUA, que gastaram cerca de 200 bilhões de dólares com o conflito, sofreram no Vietnã a maior derrota militar da sua história.