No dia 19 de abril de 1529, cinco príncipes e representantes de 14 cidades reúnem-se em Spire, na Alemanha, e replicam a intransigência do imperador Carlos V aos partidários de Martinho Lutero. “Nós não consentimos nem aderimos ao decreto proposto em todas as coisas que são contrárias a Deus, a sua santa Palavra, a nossa boa consciência, à saúde de nossas almas”, bradariam em um solene protesto.
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Os protestantes são adeptos da fé cristã professada por Lutero, Calvino e seus sucessores. Esse termo surge durante a segunda Dieta de Spire, em Abril de 1529. Do latim pro (diante) somado a testare (testemunhar), no sentido de “testemunhar sua fé”.
Na França, no século XVI, os protestantes que se reportavam à Reforma Luterana se autodenominavam reformados. Aqueles que seguiam a doutrina de Jean Calvino, muito menos numerosos, se qualificavam como calvinistas.
Os católicos consideravam uns e outros como heréticos e os apelidavam com desprezo de parpaillots, palavra de origem provençal, sinônimo de papillons (borboleta) e depois, à época das guerras de religião, de huguenotes. Essa palavra, derivada do alemão eidgenossen (conjurados), designava, em sua origem, os protestantes de Genebra em guerra contra o duque de Savoia.
A Dieta do Sacro Império Romano Germânico se reuniu em Augsburg na primavera de 1530. Diante dos senhores, bispos e representantes das cidades, o imperador Carlos V propõe uma arbitragem entre partidários e inimigos de Lutero, pois tinha necessidade do apoio de toda a nobreza alemã para lutar contra os turcos e o sultão Soliman I, que haviam chegado aos arredores de Viena.
Temendo por sua vida, Lutero se fez representar por Philippe Melanchton. Em 25 de junho de 1530, este apresenta à Dieta a profissão de fé de Lutero conhecida como Confissão de Fé de Augsburg. O texto assinado por sete príncipes e representantes de duas cidades é rejeitado após seis semanas de reflexão pelos teólogos católicos, a despeito de sua moderação doutrinária.
Ameaçados pelos exércitos imperiais, os príncipes protestantes formam a Liga de Smalkade e apelam ao socorro do grande rival de Carlos V, o rei da França, Francisco I.
A nova religião obteria seu reconhecimento definitivo mediante o Compromisso de Augsburg, em 25 de setembro de 1555. Iria se espalhar pelo norte da Europa, não sem dividir profundamente o continente e, em particular a Alemanha. Lá, a Reforma introduzida por Lutero foi equivalente à Revolução Francesa de 1789, por suas consequências políticas, econômicas, sociais e culturais.
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Iluminura representando a trajetória de Lutero
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